Governo de Maduro rejeita observadores da UE nas “eleições”
O presidente da Assembleia e operador político de Nicolás Maduro quer revogar a missão de responsáveis europeus como testemunhas nas eleições presidenciais. A Venezuela acaba de iniciar uma nova luta com a União Europeia. O presidente da Assembleia e principal operador político de Nicolás Maduro, Jorge Rodríguez, pediu ao Centro Eleitoral Nacional que retirasse o...
O presidente da Assembleia e operador político de Nicolás Maduro quer revogar a missão de responsáveis europeus como testemunhas nas eleições presidenciais.
A Venezuela acaba de iniciar uma nova luta com a União Europeia. O presidente da Assembleia e principal operador político de Nicolás Maduro, Jorge Rodríguez, pediu ao Centro Eleitoral Nacional que retirasse o convite de observação a Bruxelas para as “eleições presidenciais” de 28 de julho.
A Assembleia Nacional Chavista (AN) aceitou solicitar ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) que retirasse o convite à União Europeia (UE) para enviar observadores internacionais nas eleições presidenciais.
O documento aprovado pela maioria do parlamento chavista solicita à CNE “que rescinda o convite feito à União Europeia para participar como observadores internacionais nas eleições presidenciais de 28 de julho”.
O pedido ocorre em meio a uma crise diplomática entre o país sul-americano e o bloco europeu, que recentemente retirou parcialmente as sanções aplicadas a autoridades eleitorais venezuelanas — o que provocou um efeito contrário ao esperado na cúpula política de Caracas, que recebeu a medida como uma provocação.
Em um gesto que justificou ser destinado à encorajar eleições livres e justas na Venezuela, o bloco europeu suspendeu temporariamente as sanções contra o chefe da autoridade eleitoral do país, Elvis Amoroso — um aliado de primeira ordem de Maduro — e outros três ex-funcionários do órgão, na segunda-feira. Analistas apontaram a medida como uma sinalização da comunidade internacional ao governo de Caracas sobre a necessidade de ingressar em um caminho democrático.
O levantamento parcial das sanções — outras sanções foram mantidas e prorrogadas até o dia 10 de janeiro — foi recepcionado de forma negativa pelo governo chavista. Ainda na segunda-feira, a cúpula política se manifestou para criticar a tentativa.
“Enganosamente, retiraram alguns membros do Centro Nacional Eleitoral da lista de sanções, para supostamente enviar um sinal de boa fé ou alívio. Dizemos francamente que rejeitamos essa posição” — disse o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yvan Gil,
Jorge Rodríguez, por sua vez, descreveu os membros da instituição europeia como “grosseiros”, “bastardos”, “canalhas”, “ilegais” e “ilegítimos.”
A UE continua avaliando a possibilidade de enviar uma missão de observação eleitoral para garantir uma avaliação independente e imparcial do processo eleitoral.
Apesar dos obstáculos, como a desqualificação da principal candidata da oposição, María Corina Machado, a aliança internacional considerou enviar observadores europeus para as eleições, nas quais Nicolás Maduro procura prolongar o seu mandato até 2030.
A observação eleitoral é um dos aspectos cruciais que a oposição tem solicitado para que as eleições marcadas para julho sejam consideradas competitivas, em meio à desconfiança com os esforços chavistas para sufocar os candidatos não-alinhados.
María Corina Machado, principal nome da oposição, foi impedida de concorrer, e sua substituta imediata, Corina Yoris, também foi bloqueada. As esperanças da oposição agora estão com o ex diplomata Edmundo Gonzáles.
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