Cautela antes da Ata do Copom que vai desvendar divisão
Documento deve tentar apresentar uma explicação para os indicados de Lula terem votado pela manutenção dos cortes nos juros mesmo com cenário pior
A dúvida sobre o que levou quatro integrantes do Banco Central (todos indicados por Lula) a concordarem que “o cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade e expectativas desancoradas demandam maior cautela” e mesmo assim votarem pela manutenção do ritmo de cortes fez com que o mercado financeiro adotasse uma postura de aversão a risco nesta segunda-feira, 13.
Os investidores aguardam a divulgação na manhã desta terça-feira, 14, da Ata do Copom (Comitê de Política Monetária), que deve indicar o que causou a dissidência, uma vez que o colegiado foi unânime ao considerar a deterioração do cenário. A preocupação do mercado é se uma eventual diretoria do BC totalmente indicada por Lula, como a que a autoridade monetária terá ao final de 2025, será inclinada a menor rigor com o combate à inflação.
Os juros futuros encerraram o dia próximos à estabilidade em antecipação a um possível esclarecimento alternativo ao racha ideológico dentro do Banco Central. Os vencimentos mais curtos oscilaram cerca de um ponto base, enquanto os mais longos recuaram até dois pontos base, com a exceção de alguns papéis com liquidez reduzida que chegar a cair até 5 pontos base.
O movimento manteve as apostas em um novo corte da Selic na reunião do Copom, em junho, precificadas abaixo de 50% de chances. Além disso, o mercado aponta para quase 100 pontos base de alta na taxa básica de juros em 2025 em um claro posicionamento de prêmio de risco.
O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, avançou durante a sessão chegando a subir acima de 0,80% nas máximas do dia, mas perdeu força durante a tarde e fechou em alta de 0,44%, aos 128,1 mil pontos. As três principais altas no indicador ficaram com CSN Mineração (+8,48%), Raia Drogasil (+3,51%) e B3 S.A. (+2,65%). Do lado negativo, Yduqs (-11,85%), Locaweb (-3,05%) e IRB (-2,96%) foram as três maiores quedas.
Nesta noite, o mercado ainda acompanha o resultado do primeiro trimestre da Petrobras, que, pelas estimativas dos analistas, deve apresentar números piores na comparação anual.
O dólar também operou com cautela contra a moeda brasileira nesta segunda-feira, 13, e encerrou o dia em queda próxima a 0,15%, cotado a 5,15 reais.
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