Brendan O’Neill, jornalista e escritor britânico, em seu recente artigo no site The Australian, analisou a nova tendência de estudantes ocidentais que adotam o lenço xadrez palestino como símbolo de ativismo. O artigo intitulado “Keffiyeh cosplay for Gaza all the rage for right-on elite” (“Fantasia de lenço palestino para Gaza é a última moda entre a elite politicamente correta”, em tradução livre) foi publicado nesta sexta, 3.

O’Neill descreve uma cena na Universidade de Sydney onde os estudantes, vestidos com lenços palestinos, proclamam sua alegada solidariedade. “Desde quando a solidariedade envolve fantasias?”, questiona. O autor sugere que esses gestos são mais sobre sinalização de virtude e autossatisfação do que sobre apoio genuíno. “Quando vejo estudantes acampados por Gaza com lenços enrolados em seus pescoços, não penso: ‘Isso é solidariedade’ – penso: ‘Isso é exibicionismo’.”

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A análise de O’Neill critica duramente a postura dos estudantes de elite, acusando-os de se apropriarem do sofrimento palestino para ganhos pessoais. “Não é suficiente apropriar-se dos cachecóis palestinos – eles querem se apropriar do sofrimento palestino também”, afirma ele, ilustrando um exemplo na Universidade de Columbia, onde estudantes reivindicam “ajuda humanitária” enquanto poderiam pedir pizza por delivery.

A crítica se estende ao que ele chama de um “ativismo estranho e perturbador”, não como a solidariedade dos anos 60, mas como um meio de saciar o desejo de se sentir oprimido e perseguido. “Eles não querem salvar Gaza; querem salvar suas próprias almas”, conclui O’Neill, delineando um cenário onde a Palestina é mais uma ferramenta para a autoafirmação do que uma causa para uma ação significativa.

Quem é Brendan O’Neill

Brendan O’Neill é um jornalista britânico conhecido por suas posições em defesa da liberdade de expressão e seu ceticismo em relação ao politicamente correto. É editor da revista online Spiked e suas colunas frequentemente exploram a crítica cultural. O’Neill é uma figura proeminente no jornalismo britânico, notório por abordar questões sensíveis com um olhar crítico e provocador.