Landim sobre SAF do Flamengo: “jamais serei SEO”
Exemplo dado foi o do Bayern de Munique, onde a associação civil criou uma empresa e vendeu 25% para parceiros estratégicos, mantendo 75% do controle.
Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, concedeu entrevista ao “ge” no qual falou abertamente sobre a implementação da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) no clube carioca.
As declarações do mandatário destacam um planejamento ambicioso e diferenciado, mirando não apenas em soluções imediatas, mas na sustentabilidade financeira e estratégica de longo prazo do clube.
Landim explica a essência da SAF de um modo que desvia das versões vistas atualmente no Brasil.
Segundo ele, a ideia não é simplesmente sanar dívidas, mas criar uma estrutura robusta que permita investimentos substantivos, como a construção de um estádio próprio, sem comprometer o investimento no futebol do clube.
O exemplo do Bayern de Munique é frequentemente citado por Landim, onde a associação civil criou uma empresa e vendeu 25% para parceiros estratégicos, mantendo 75% do controle.
Esta inspiração europeia mostra que é possível aliar tradição e modernidade administrativa sem perder a essência do clube.
Proposta de SAF do Flamengo difere das outras no futebol brasileiro
Diferentemente de outras SAFs que surgiram para resolver problemas urgentes de dívidas, o plano do Flamengo, conforme articulado por Landim, busca potencializar e perpetuar a saúde financeira conquistada após anos de reestruturação.
Landim tem como prioridade a construção de um estádio e a manutenção do legado do clube, algo que pondera profundamente sobre a perpetuação da marca e sua competitividade nas próximas décadas.
“Criar uma empresa que é dona do futebol, e eu faço uma diluição dela a exemplo do que o Bayern fez, que vendeu 25% dessa empresa com aumento de capital. Então, se 75% valem R$ 4,5 bilhões, coloca R$ 1,5 bilhão do lado de cá e fica com 25%. Eu posso vender para três caras como o Bayern fez: um que queira o naming rights, um que queira se associar ao Flamengo por 50 anos pela importância que o Flamengo tem ou por algum aspecto estratégico que possa trazer. E aí eu tenho dinheiro para fazer o estádio”.
Principais desafios
A maior barreira, talvez, seja esclarecer e ajustar as expectativas dos sócios e torcedores do Flamengo, desmistificando o conceito de SAF sob a perspectiva de que a mesma representaria uma perda de controle ou identidade.
O presidente do Flamengo enfatiza que, apesar da formação da sociedade anônima, o clube manterá seu caráter democrático e plural, com sócios escolhendo seus dirigentes.
O presidente foi enfático ao afirmar que não deseja se eternizar no poder por meio da SAF, mas sim, contribuir para um futuro estável e promissor para o clube.
“Já falaram isso. Pensam isso. Não tem problema nenhum, eu assino um papel de que jamais serei CEO de SAF alguma, com o maior prazer. Isso não é pessoal, é um problema estrutural. Eu quero o Flamengo bem. Estou dedicando seis anos da minha vida ao Flamengo, eu poderia estar trabalhando e ganhando dinheiro. Mas faço isso pelo fato de que entrei com um grupo de malucos que veio comigo para cá. Isso aqui é um sonho nosso. De fazer alguma coisa por algo que é importante na nossa vida. Isso é difícil de explicar porque o Flamengo tem essa dimensão na vida, mas tem”
As futuras negociações e implementações serão cruciais para definir não apenas o futuro administrativo e esportivo do Flamengo, mas também para estabelecer um precedente sobre como grandes clubes brasileiros podem ser geridos com responsabilidade financeira de forma sustentável e inovadora.
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