Deputada trumpista contra lei que combate antissemitismo
Radical conspiracionista é envolvida em nova polêmica por declarações contra judeus e pela "liberdade de expressão cristã"
A deputada Marjorie Taylor Greene, republicana pela Geórgia conhecida pela adesão a teses conspiracionistas como o “QAnon” e “Pizzagate”, se posicionou contra a aprovação da Lei de Conscientização sobre o Antissemitismo de 2023 nos Estados Unidos.
Greene justificou a posição dizendo que a lei ameaça a “liberdade de expressão cristã” ao classificar como antissemitas as crenças que atribuem aos judeus a responsabilidade pela morte de Jesus. A deputada se identifica como “nacionalista cristã” e é uma apoiadora de Vladmir Putin por “proteger o cristianismo” na Rússia.
Esta visão ecoa uma interpretação antissemita do Novo Testamento que foi utilizada para justificar perseguições aos judeus ao longo dos séculos. A manifestação de Greene surge em um contexto de ressurgimento de retóricas antissemitas em alguns setores da direita fundamentalista cristã norte-americana, aumentando as preocupações entre comunidades judaicas e organizações de direitos humanos.
O projeto de lei, que busca combater o aumento do antissemitismo, foi aprovado com amplo suporte bipartidário e define o antissemitismo segundo diretrizes da Aliança Internacional para a Lembrança do Holocausto. Um desses exemplos inclui alegações de que “os judeus mataram Jesus”, ponto central na crítica de Greene à legislação.
Outros republicanos, como o deputado Matt Gaetz da Flórida, também criticaram o projeto, sugerindo que ele poderia enquadrar doutrinas cristãs como antissemitas.
Com a aprovação no Congresso, a lei aguarda a sanção presidencial.
Marjorie Taylor Greene elogia a Rússia por “proteger o cristianismo“
Marjorie Taylor Greene causou controvérsia no início de abril ao afirmar em um podcast que a Rússia está “protegendo o cristianismo” mais do que a Ucrânia.
Em sua participação no “War Room” de Steve Bannon, Greene descreveu o conflito entre Rússia e Ucrânia como um “ataque ao cristianismo”, acusando o governo ucraniano de perseguir cristãos e executar padres, enquanto exaltava a Rússia por sua suposta defesa da fé cristã.
A posição de Greene, entretanto, é contestada por especialistas e relatórios que apontam para a destruição de templos na Ucrânia pelas forças russas. Desde o início da invasão em grande escala pela Rússia, mais de 660 igrejas e outras construções religiosas foram danificadas ou destruídas.
Além disso, relatórios de organizações como a Anistia Internacional destacam uma perseguição religiosa intensificada na Crimeia, território ocupado pela Rússia, onde a prática religiosa foi severamente restringida. A região tem visto um aumento nos casos de detenções arbitrárias e perseguições a atividades missionárias, com indivíduos sendo multados por atividades consideradas “ilegais”.
Palestino em Auschwitz: “vocês [judeus] deveriam estar aqui” (oantagonista.com.br)
Susan Sarandon nega atrocidades do Hamas: “mitos” (oantagonista.com.br)
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)