Meloni: uma candidatura conservadora para as eleições europeias
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, anunciou a sua candidatura às eleições europeias de 9 de junho, em meio à ascensão do seu partido nas pesquisas
A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, anunciou a sua candidatura às eleições europeias de 9 de junho, em meio à ascensão do seu partido nas pesquisas.
“Sempre me considerei um soldado e os soldados não hesitam em se colocar na linha de frente quando necessário”, disse ele em seu discurso na conferência de seu partido, Fratelli d’Italia, na cidade de Pescara.
«Queremos que a Itália seja central para mudar o que não funciona na Europa. Porque sim, a Itália hoje está mudando, embora muitos tenham dito que não era possível“, acrescentou, antes de insistir que levará o seu discurso conservador a Bruxelas.
“Não pretendemos ceder aos delírios do politicamente correto tão em voga em alguns salões chiques, não podemos tolerar que praças e monumentos sejam atacados para satisfazer uma cultura do cancelamento […]
“Não podemos permanecer calados diante daqueles que, nas nossas escolas e universidades, ensinam o ódio à nossa história e à nossa civilização. Não podemos aceitar lições daqueles que querem uma Europa secular, mas querem que as escolas fechem durante o Ramadão e, ao mesmo tempo, pedem com a mesma coerência que o crucifixo seja retirado das salas de aula”, discursou Meloni.
“Queremos fazer na Europa exatamente o que fizemos em Itália em 25 de setembro de 2022: criar uma maioria que reúna as forças de centro-direita e, finalmente, enviar a esquerda para a oposição”, afirmou Meloni durante conferência em Pescara.
Quem é Giorgia Meloni?
Giorgia Meloni (Roma, 15 de janeiro de 1977) é uma jornalista e política italiana que atua como presidente do conselho de ministros da Itália desde 22 de outubro de 2022, sendo a primeira mulher a ocupar o cargo.
Deputada na Câmara dos Deputados desde 2006, dirige o partido político Fratelli d´Italia (FdI) desde 2014 e é presidente do Partido Conservador e Reformista Europeu desde 2020.
Ela administra uma coalizão de governo formada por três partidos de tendência à direita, mas não cede à extrema direita em pontos fundamentais. Ela é, por exemplo, abertamente favorável à Ucrânia, na guerra contra a Rússia.
Na política interna, ela tenta orientar seu governo segundo ideais conservadores, voltados para a defesa família e dos valores cristãos. Seu governo aprovou recentemente um pacote de iniciativas que inclui diversas medidas a favor do direito à vida.
Paralelamente, vem agindo de maneira quase moderada em nível europeu.
Numa conferência de imprensa em Roma ao lado do chanceler federal alemão e líder do Partido Social-Democrata (SPD), Olaf Scholz, ela disse que ambos estavam de acordo em quase todas as políticas mais importantes, e que buscavam uma cooperação pragmática. Scholz não discordou. Meloni parece também estar em sintonia com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Os líderes da UE e do G7 se sentiram aliviados quando Meloni expressou o apoio de seu governo à Ucrânia, na guerra contra a Rússia. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, elogiou o posicionamento da premiê, afirmando que defender a Ucrânia também é defender a liberdade da Europa.
“Espero que você seja simpática comigo”, brincou Biden ao receber Meloni na Casa Branca. Ela respondeu com risos. Um ano antes, Biden tachara a vitória da ultradireitista nas eleições como um perigo para a democracia. Após o encontro bilateral em Washington, ela fez questão de deixar claro que ambos estão em termos amigáveis.
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