Nova regulamentação de motoristas de app: MEI descartado
Regulamentação de motoristas de aplicativos e o MEI, entenda as mudanças propostas.
A discussão sobre a formalização dos motoristas de aplicativos ganha novo capítulo no Brasil.
Recentemente, autoridades governamentais abordaram a inviabilidade de enquadrar estes trabalhadores como Microempreendedores Individuais (MEI), acendendo debates sobre sustentabilidade e direitos trabalhistas.
O que diz o ministro do trabalho sobre o MEI para motoristas?
Durante uma audiência na Comissão de Indústria, Comércio e Serviços, o Ministro do Trabalho, Luiz Marinho, foi categórico ao afirmar que a regulamentação dos motoristas de aplicativos não ocorrerá através do MEI. Segundo Marinho, “O MEI não tem negociação. Se vocês me permitem, esqueçam o MEI, não vai rolar.”
A razão para essa posição está na busca por uma solução que ofereça sustentabilidade a longo prazo, tanto para os trabalhadores quanto para o sistema previdenciário.
O ministro exemplificou com o MEI Caminhoneiro, notando que apesar das taxas mais altas, ainda há falhas no sistema onde o trabalhador não contribui diretamente.
Qual é a proposta em discussão para a regulamentação?
O Projeto de Lei Complementar (PLP) 12/2024, que tramita com urgência constitucional, propõe diretrizes claras para a jornada e remuneração dos motoristas de aplicativos.
O projeto sugere jornadas de oito a 12 horas por dia, permitindo ao motorista colaborar com múltiplas plataformas simultaneamente.
A remuneração base sugerida no texto é de R$ 32,10 por hora, alinhando-se ao salário mínimo nacional.
Criticada por representantes da categoria, essa base poderia limitar o potencial de ganhos, sugerindo em contrapartida uma remuneração adicional por quilômetro rodado e um mínimo por corrida.
Impacto na Contribuição Previdenciária
A estrutura de contribuições também é foco do projeto.
Com a nova regulamentação, os motoristas contribuiriam com 7,5% sobre a remuneração, enquanto os empregadores, representados pelas plataformas, contribuiriam com 20%.
Interessantemente, as motoristas mulheres ganhariam direito ao auxílio-maternidade, fortalecendo a inclusão e suporte no ecossistema de trabalho autônomo.
Os próximos passos no congresso
Antes de uma decisão final, o PLP 12/2024 deverá passar por mais análises.
Está previsto que o texto segue para outras comissões, incluindo a Comissão de Trabalho e a Comissão de Constituição e Justiça, onde será vital discutir amplamente todas as implicações dessas mudanças propostas.
Por que essa regulamentação é crucial?
A regulamentação dos motoristas de aplicativos é crucial para garantir que os direitos e deveres desses trabalhadores sejam claramente definidos e protegidos.
A medida busca não só a formalização da profissão, mas também uma estrutura que respalde tanto os direitos trabalhistas quanto a contribuição previdenciária, com o objetivo de dar sustentabilidade ao modelo de trabalho autônomo.
As discussões prosseguem, e as decisões tomadas terão efeitos significativos tanto para os trabalhadores quanto para o mercado de trabalho brasileiro no contexto das novas economias.
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