Na última quinta-feira, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, destacou em uma sessão da Comissão de Indústria, Comércio e Serviços que a ideia de regularizar os motoristas de aplicativos através do sistema MEI (Microempreendedor Individual) está descartada.

Segundo ele, o modelo atual do MEI não suportaria as peculiaridades da categoria.

O que significa a rejeição do MEI para os motoristas de aplicativos?

Luiz Marinho foi enfático ao desencorajar a associação da categoria de motoristas ao MEI, explicando que o sistema, embora tenha sido bem-sucedido para caminhoneiros, possui limitações de receita e contribuição que não se adequam aos motoristas de aplicativos.

Ele ressaltou que a falta de contribuição ao INSS, como ocorre no MEI Caminhoneiro, não é viável para os motoristas de aplicativos, uma vez que compromete a sustentabilidade do sistema previdenciário.

Qual é a nova proposta para a regulamentação dos motoristas?

O Projeto de Lei Complementar (PLP) 12/2024 é a aposta do governo para regulamentar efetivamente a profissão.

Esse projeto, que estava tramitando em caráter de urgência constitucional, propõe condições mais claras para a atividade, como jornadas de trabalho de oito a 12 horas por dia e liberdade para trabalhar com diversas plataformas.

A remuneração seria baseada em um valor por hora, garantindo um mínimo correlato ao salário vigente.

• Salário por hora: R$ 32,10

• Jornada de trabalho: 8 a 12 horas por dia

• Opção por múltiplas plataformas: Permitido

Opiniões e críticas frente ao novo modelo proposto

Apesar da tentativa de estruturar melhor os direitos dos motoristas, o valor fixo por hora proposto pelo projeto tem sido motivo de crítica por entidades que representam a categoria.

Elas argumentam que esse valor pode se tornar um teto limitante, inviabilizando ganhos maiores.

As sugestões dessas entidades incluem a remuneração por quilometragem percorrida e um valor mínimo por corrida, visando uma maior justiça no cálculo da remuneração dos profissionais.

Próximos passos na tramitação do projeto

Após a retirada do caráter de urgência constitucional, o PLP 12/2024 ainda necessita da análise de três importantes comissões antes de chegar ao plenário para votação: a Comissão de Indústria, Comércio e Serviços, a Comissão de Trabalho, e por último, a Comissão de Constituição e Justiça.

As discussões em torno da regulamentação dos motoristas de aplicativos segue sendo um tema de grande relevância no contexto das relações de trabalho modernas, explorando o equilíbrio necessário entre flexibilidade profissional e direitos trabalhistas assegurados.