Inflação aqui e nos EUA calibram juros antes de decisão do BC
Decisões das próximas semanas sobre a política monetária podem ser fortemente influenciadas pelos dados desta sexta-feira, 26
O dado econômico mais esperado da semana sai na manhã desta sexta-feira, 26. O IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15), também conhecido como prévia da inflação oficial é a última leitura sobre a pressão sobre os preços antes da próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) que decidirá sobre uma nova redução na taxa básica de juros, nos dia 7 e 8 de maio.
Atualmente em 10,75%, a taxa Selic deve sofrer um corte de 0,25 ponto percentual, de acordo com a precificação do mercado, mas um número mais favorável para a inflação local pode ajudar o Banco Central a manter a promessa de uma redução de 0,50 ponto percentual.
O consenso de mercado aponta para uma desaceleração do IPCA-15 para 0,29% em abril, na comparação com março, quando ficou em 0,36%. Na leitura anual, o indicador deve desacelerar pra 3,85% agora, contra 4,14% registrados nos 12 meses até março. Se o dado vier abaixo do esperado, aumentam as chances de um corte maior na taxa básica de juros.
Outro dado que pode mexer com as expectativas por aqui, no entanto, é a inflação nos EUA. O núcleo do PCE (Índice de Preços de Gastos com Consumo) trimestral assustou os investidores na quinta-feira, 25, passando de 2% no último trimestre do ano passado para 3,7% nos três meses terminados em março deste ano, em base anual.
Para esta sexta-feira, 26, os economistas e os analistas consultados pela Bloomberg esperam que o deflator PCE fique estável em 0,3% na leitura mensal e suba marginalmente na comparação anual de 2,%% para 2,6%. Se o indicador vier acima das expectativas as chances são de que o mercado entenderá que o FED (Federal Reserve) deve adotar uma postura mais conservadora e alongar o prazo com juros mais altos. O banco central americano decide o nível da taxa básica de juros na semana que vem.
Isso também pode influenciar a decisão sobre a política monetária brasileira. Durante evento nos Estados Unidos a algumas semanas, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, declarou que uma mudança de expectativa para a taxa terminal (referindo-se ao patamar dos juros básico americanos no fim do ano) pode afetar o nível máximo de redução para a Selic e dificultar os cortes por aqui.
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