Ontem, 24 de abril, a Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados fez uma sessão sobre a crise humanitária na Faixa de Gaza. A cena mais conhecida do encontro, que rodou a internet, é de um indivíduo distribuindo panfletos aos participantes e usando uma camiseta do Hamas.
É inaceitável o que aconteceu naquela sessão. Infelizmente, a panfletagem foi só a ponta do iceberg desse evento promovido pelo deputado Glauber Braga, do PSOL. É o mesmo que dias atrás saiu distribuindo sopapos e se meteu a xingar o deputado Kim Kataguiri de nazista.
Pelo jeito, tudo é nazista para essa ala da esquerda, menos defender a eliminação dos judeus. O Hamas diz abertamente em seu estatuto que seu objetivo é eliminar todo o povo judeu. E estava ali o deputado, frente a frente com um militante dessa causa.
O homem ficou um tempão na sessão. Todos os deputados viram a camiseta. Não era aquela com o símbolo do Hamas, uma inscrição que tem todos conhecem. Estava escrito Hamas em letras ocidentais. Não tinha como confundir.
A presença é consequência do tom do encontro. Não se falou, por exemplo, no ataque terrorista de 7 de outubro do Hamas contra Israel. O evento é descrito como “ocupação sionista da Faixa de Gaza”. Num dos filmes de propaganda terrorista mostrados durante o evento, é como se Israel tivesse agido do nada, sem motivo.
Vídeos e participantes dizem claramente seus objetivos, sem fazer rodeios. Querem que a Palestina seja um Estado livre “do rio ao mar”. Quer dizer do Rio Jordão até o Mar Mediterrâneo, todo o território de Israel. Ou seja, ninguém estava falando de crise humanitária ali, mas da intenção de eliminar Israel do mapa. Também se diz claramente da pretensão de ocupar a cidade de Jerusalém, que não fica nem perto da Faixa de Gaza.
O panfleteiro do Hamas pode ter sido tratado como algo esdrúxulo, muito minoritário, a que não se deve dar atenção. Eu discordo. É um homem bem formado e com participação política ativa, que tem defendido o apoio ao Hamas. Não confundir com apoio aos palestinos ou defender vítimas da guerra. Ele apóia o Hamas, o grupo terrorista que estupra, mata e tortura civis, além de reter reféns.
No Narrativas Antagonista 137 você confere toda a história dele e os vídeos da sessão na Câmara. Este homem já foi candidato a deputado pelo PCO. É formado em química e tem pós-graduação na prestigiada UnB, Universidade de Brasília, uma das melhores do país.
O homem que veste a camisa do Hamas é professor desde 2008. Ensina química. Sua vida profissional oscila entre o trabalho especializado em grandes empresas e os momentos em que atua como educador.
Recentemente, atuou como professor voluntário em um projeto muito interessante da UnB, que dá aulas a alunos da rede pública com a intenção de que prossigam para a vida universitária. Segundo o apoiador do Hamas, seu trabalho consistia em: “aulas voltadas para uma educação emancipadora aliando a interdisciplinariedade com a aplicação prática do conhecimento”. Imaginemos de que realmente se tratava.
A reunião da Câmara que dizia tratar da crise humanitária na Faixa de Gaza, por exemplo, foi dedicada a glorificar terrorismo, passar pano para o assassinato em massa de judeus e defender a extinção do Estado de Israel. Os deputados nos devem explicações e providências.