Compromisso de Lula não serve nem para inglês ver
Fundo Monetário Internacional prevê que não haverá equilíbrio nas contas públicas enquanto Lula estiver no governo
Em novembro de 2022, eleito e em passeio oficial no Egito, Lula bradava que o mercado não deveria se preocupar com o compromisso do governo porque ele era o fiador da estratégia. “Eu fico chateado quando questionam a política fiscal. Eu digo que ninguém tem autoridade para falar de política fiscal comigo, porque durante meu governo fui o único país do G20 a ter superávit fiscal em todos os anos“, dizia.
Assim que o governo começou, o petista passou ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a tarefa de colocar de pé um novo marco fiscal, que acabasse como a “estupidez”, segundo Lula, do Teto de Gastos (a ferramenta que impedia o crescimento das despesas acima da inflação para controlar o crescimento da dívida).
Pois bem, no melhor estilo matemágico Haddad colocou no projeto do arcabouço fiscal números que não faziam sentido e, por óbvio, apresentavam resultados irreais. Assim nasceu a ideia de que, no período do mandato daquele que não aceita ser questionado sobre política fiscal, se interrompesse o crescimento da dívida pública como proporção do PIB (Produto Interno Bruto) e se alcançasse um superávit primário de 1% em 2026.
O método, tal qual a pretensão inglesa no século XIX de acabar com a escravidão no mundo com a abolição do trafico de escravos, não teve o efeito esperado. À época do recém-independente Brasil, o país distribuía naus ao longo da costa para fazer de conta que impediria a passagem dos navios negreiros. Agora, a equipe econômica finge se preocupar com as contas para tentar ludibriar os agentes econômicos.
Até os estrangeiros menos preparados para o jeitinho brasileiro, porém, veem com clareza o truque. Não à toa, o FMI (Fundo Monetário Internacional) piorou as projeções fiscais para o Brasil e prevê que, mesmo com a mudança anunciada recentemente nas metas, o país vai encerrar este e o próximo anos fora do limite de tolerância previsto no arcabouço.
No Monitor Fiscal divulgado na quarta-feira, 17, a entidade internacional ainda projeta aumento do endividamento do país nos próximos dois anos. A expectativa do FMI é que a dívida bruta do país alcance 90,9% do PIB em 2026 e só passe a melhorar após o fim do mandato de Lula.
Lá em novembro de 2022, o petista disse que gostava de conselho e que era “humilde” e aceitava aquelas dicas que considerava boas.
Uma pena que até agora Lula não tenha recebido um bom conselho sequer.
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