EUA diz que China financia crise de fentanil americana
Descubra como subsídios chineses intensificam a crise de fentanil nos EUA, afetando a luta contra a epidemia de opioides.
Em um momento em que a crise dos opioides assola os Estados Unidos, um novo relatório do Congresso americano destaca a profunda influência da China na perpetuação deste grave quadro. Segundo investigações conduzidas por um comitê selecionado da Câmara dos Representantes sobre a China, descobriu-se que o governo chinês está subsidiando diretamente a produção de precursores de fentanil para venda no exterior, alimentando a devastadora crise de opióides nos EUA.
Apesar das alegações chinesas de cooperação sincera no controle de drogas com as autoridades americanas, o relatório detalha que a China continua a oferecer benefícios fiscais, na forma de reembolsos de imposto sobre valor agregado, para empresas que fabricam análogos e precursores de fentanil, contanto que estas vendam seus produtos fora da China. O impacto dessa política é monumental, tendo em vista que o fentanil é uma das principais causas de overdoses de drogas nos EUA.
Como a China está alimentando a crise de opióides nos EUA?
O comitê destacou que, desde 2019, todos os análogos de fentanil são considerados substâncias controladas na China, o que significa que o país está efetivamente subsidiando a exportação de drogas que são ilegais tanto sob a lei americana quanto chinesa. O relatório se baseia em dados do site da Administração Estatal de Tributação da China, que listou certos produtos químicos para reembolsos de até 13%. Curiosamente, isso inclui dois precursores de fentanil, NPP e ANPP, usados por cartéis de drogas, com subsídios que permanecem em vigor.
Qual é a resposta da China?
Confrontada com essas acusações, a embaixada chinesa em Washington reiterou o comprometimento do país com o controle de drogas, mencionando uma campanha especial em andamento para controlar o fentanil e produtos químicos precursores, além de combater atividades ilegais de contrabando, fabricação e tráfico. Contudo, a diplomacia chinesa argumenta que a crise de fentanil nos Estados Unidos não é uma consequência das políticas chinesas e que atribuir culpas não resolve o problema doméstico americano.
Repercussões e Soluções Possíveis
O relatório do comitê e as declarações resultantes sugerem uma complexidade nas relações sino-americanas, especialmente no que diz respeito à luta contra o tráfico de drogas e a crise de opióides. Os EUA e a China iniciaram um grupo de trabalho conjunto contra narcóticos em janeiro, após um acordo entre o presidente Joe Biden e o líder chinês Xi Jinping, no qual ambos concordaram em trabalhar para restringir a produção e exportação de fentanil.
Embora os encontros iniciais tenham sido descritos como substanciais, as autoridades americanas enfatizam que ainda é necessário fazer muito para interromper o fluxo desses químicos. A falta de novas ações de fiscalização criminal por parte de Beijing põe em questão a eficácia das medidas atuais e a necessidade de abordagens mais rigorosas para enfrentar este desafio.
Em meio a este cenário complexo, a crise do fentanil nos EUA permanece como um símbolo perturbador das dificuldades em controlar a disseminação global de substâncias ilícitas e a necessidade de uma cooperação internacional mais forte e efetiva. Somente através de um esforço conjunto e comprometido, será possível enfrentar esse flagelo que afeta tantas vidas.
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