Acabaram os mísseis da Ucrânia
O presidente Volodomyr Zelensky revelou que a falta de defesas aéreas eficazes tornou o país impotente para evitar ataque russo
A Ucrânia sofreu um ataque aéreo russo na semana passada que resultou na destruição da maior central elétrica da região de Kiev. O presidente Volodymyr Zelensky revelou que a falta de defesas aéreas eficazes tornou o país impotente para evitar esse ataque.
De acordo com o chefe de Estado, a Rússia disparou 11 mísseis contra a usina de Trypilska. As defesas aéreas ucranianas conseguiram derrubar os primeiros sete mísseis, mas os quatro restantes conseguiram atingir e destruir completamente a usina.
Em entrevista à PBS NewsHour, Zelensky destacou que essa situação ocorreu porque o país não possuía mísseis suficientes para se defender. Ele alertou repetidamente os aliados sobre a fragilidade das defesas aéreas ucranianas, especialmente após a Rússia retomar os ataques à infraestrutura energética do país.
No entanto, mesmo com essa grave ameaça, um pacote de ajuda militar dos Estados Unidos, que era desesperadamente necessário, foi bloqueado por meses pelos republicanos da Câmara dos Deputados no Congresso americano.
Zelensky cita ataque frustrado do Irã
Zelensky aproveitou a oportunidade para fazer pressão, citando o recente ataque frustrado do Irã contra Israel como exemplo de como os países ocidentais foram capazes de proteger seus aliados por meio de suas defesas aéreas. Ele ressaltou que Israel não teria sido capaz de se defender sozinho contra um ataque tão poderoso sem o auxílio das defesas aéreas dos EUA, Reino Unido, França e Jordânia.
O presidente ucraniano questionou por que Israel recebeu apoio tão abrangente dos membros da Otan, mesmo não sendo membro do bloco. Ele ressaltou que essa situação serve como uma lição para aqueles que argumentam que a Ucrânia precisa ser ajudada com cautela para evitar o envolvimento dos países da Otan na guerra.
Pacote de ajuda bloqueado
Segundo a CNN, apesar de alguns pacotes de ajuda terem sido aprovados para a Ucrânia, a principal parcela do financiamento dos EUA, no valor de cerca de US$ 60 bilhões, ainda não foi levada a votação no Congresso americano pelo presidente da Câmara, Mike Johnson.
Johnson anunciou que apresentará um projeto de lei reformulado de financiamento para a Ucrânia separadamente dos projetos de financiamento para Israel e Taiwan. No entanto, ainda há incertezas sobre a aprovação desse texto, já que Johnson enfrenta oposição dentro de seu próprio partido.
Zelensky criticou essa divisão do projeto de lei, considerando-a estranha e puramente política. Ele destacou que as pessoas no Congresso dos EUA precisam repensar antes de promover questões políticas que possam comprometer o apoio à Ucrânia e votar a favor de todos os países que dependem desse apoio para preservar vidas.
O presidente ucraniano reiterou suas advertências de que a Ucrânia corre o risco de perder a guerra se os EUA não aprovarem a ajuda militar necessária. Ele destacou que a Rússia possui uma vantagem de 10 para 1 em termos de projéteis de artilharia e que, para defender completamente o território sob controle ucraniano, seria necessário aumentar significativamente os recursos disponíveis.
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