Prefeito preso em Santa Catarina
Luis Gustavo Cancellier é o 19º prefeito preso no estado de Santa Catarina nos últimos dois anos, ele é investigado por diversos crimes
O prefeito de Urussanga, Luis Gustavo Cancellier (Progressistas/foto), e os vereadores Elson Roberto Ramos e Thiago Mutini foram presos preventivamente nesta terça-feira, 16, como desdobramento da Operação Terra Nostra. Essa é a 19ª vez que um prefeito é preso no estado de Santa Catarina nos últimos dois anos.
Além dos políticos, um ex-servidor comissionado também foi detido. A investigação tem como objetivo apurar crimes de organização criminosa, falsidade ideológica, uso indevido de recursos públicos e contratação direta sem embasamento legal.
De acordo com reportagem do O Globo, a primeira fase da operação teve início em março deste ano, quando a polícia investigava suspeitas de superfaturamento na aquisição de um imóvel pela prefeitura. Com o avanço das investigações, foi constatado que pelo menos duas propriedades foram adquiridas dessa forma.
Em comunicado, o presidente da Câmara Municipal de Urussanga, Luan Francisco Varnier, informou que recebeu uma notificação do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) sobre a prisão preventiva do prefeito e dos vereadores.
A desembargadora relatora do caso no TJ-SC também determinou a proibição de três outros servidores da prefeitura de acessarem ou frequentarem a Câmara de Vereadores. Diante dessa decisão, o Legislativo Municipal tomará as medidas necessárias para cumprir as determinações judiciais e restabelecer rapidamente a normalidade dos serviços.
Outros prefeitos detidos
O último prefeito de Santa Catarina a ser preso foi Ari Bagúio, da cidade de Ponte Alta do Norte. Ele foi detido na Operação Limpeza Urbana, desdobramento da Operação Mensageiro, em dezembro de 2022. Essa operação resultou na prisão de 16 prefeitos catarinenses em pouco mais de um ano.
A investigação teve como alvo um suposto esquema de corrupção envolvendo a contratação de serviços de limpeza urbana em diversas regiões do estado.
Apenas o prefeito Douglas Elias Costa, de Barra Velha, não foi detido nessa operação. Ele já havia sido preso anteriormente em outra ação do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) por desvio de recursos públicos na construção de uma ponte na cidade.
Operação Mensageiro
Em abril do ano passado, foi deflagrada a Operação Mensageiro, que investigou um esquema de fraudes nas licitações para a coleta de lixo em municípios de Santa Catarina e levou à prisão oito prefeitos do estado.
Foram presos na época os prefeitos de Major Vieira, Adilson Lisczkovski (Patriota); de Ibirama, Adriano Poffo (MDB); de Três Barras, Luiz Shimoguri (PSD); de Massaranduba, Armindo Sesar Tassi (MDB); de Corupá, Luiz Carlos Tamanini (MDB); de Imaruí, Patrick Corrêa (Republicanos); de Bela Vista do Toldo, Alfredo Cezar Dreher (Podemos); e de Schroeder, Felipe Voigt (MDB).
Antes, já haviam sido presos os prefeitos de Pescaria Brava, Deyvisonn Souza (MDB); de Papanduva, Luiz Henrique Saliba (PP); de Capivari de Baixo, Vicente Corrêa Costa (PL); de Itapoá, Marlon Neuber (PL); de Tubarão, Joares Ponticelli (PP); de Balneário Barra do Sul, Antônio Rodrigues (PP); e de Lages, Antônio Ceron (PSD) — que está em prisão domiciliar. Luiz Antonio Chiodini (PP), prefeito de Guaramirim, estava no exterior e não foi preso na ocasião.
As investigações mostraram que uma empresa do estado pagava propina a agentes públicos para concorrer e vencer licitações fraudadas nos municípios. Depoimentos de presos e testemunhas tem garantido novas fases da operação, que foi autorizada pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC).
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