“Foco no Líbano e Síria, não no Irã”
Ex-chefe do Conselho de Segurança Nacional de Israel e ex-chefe do departamento de operações das Forças de Defesa de Israel, Giora Eiland aconselha que Israel concentre ações militares na Síria e Líbano
Giora Eiland, ex-chefe do Conselho de Segurança Nacional de Israel e ex-chefe do departamento de operações das Forças de Defesa de Israel, alertou contra uma retaliação direta ao Irã. Em entrevista a um canal de TV israelense, Eiland argumentou que “Israel não precisa atacar o Irã. Não há motivo para isso e pode se tornar uma situação complicada tanto militar quanto regionalmente. Além disso, o resultado não seria significativo.”
Eiland sugeriu que Israel deveria focar sua resposta no Líbano e na Síria. “Se você quer colocar os iranianos em seu lugar e talvez até testá-los, existem duas outras arenas: uma é a Síria, onde começou a reação iraniana ao ataque de Israel. Lá temos um interesse real em impedir o Irã de construir o que está tentando [construir]”.
Ele destacou a importância estratégica do Líbano, apontando que a segurança interna de Israel, as relações diplomáticas e a estratégia regional devem ser focadas lá. Eiland enfatizou que o apoio internacional é crucial e alertou que operações no Irã poderiam levar a represálias contra alvos americanos e de aliados no Golfo, complicando ainda mais a situação.
A abordagem proposta por Eiland é de cautela e estratégia, buscando apoio internacional para ações focadas que garantam a segurança de Israel sem escalar o conflito para uma guerra mais ampla que poderia ter consequências imprevisíveis.
No último sábado, 13, Israel foi alvo de um ataque massivo do Irã, que lançou mais de 350 mísseis e drones contra o território israelense. A maioria dos projéteis foi interceptada fora das fronteiras de Israel, mas 30 cruzaram para dentro do país, dos quais 25 foram abatidos. Um ataque resultou em ferimentos graves em uma criança beduína e danos na base aérea de Nevatim, no sul de Israel, embora sem vítimas fatais.
Netanyahu adia operação em Rafah
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, decidiu adiar a operação militar planejada na cidade de Rafah, em Gaza, conforme reportado pela TV israelense Kan 11 News. A decisão de postergar a ação ocorre uma semana após Netanyahu ter anunciado que uma data havia sido definida para a operação.
As Forças de Defesa de Israel convocaram mais duas brigadas de reservistas para atividades operacionais em Gaza. “A convocação permitirá o esforço contínuo e a prontidão para defender o estado de Israel e a segurança dos civis”, afirmou a Unidade de Porta-Vozes das FDI.
A administração Biden expressou repetidamente sua oposição a uma operação israelense em Rafah. O Secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, reiterou essa posição durante uma recente visita a Israel, declarando que, embora compartilhe dos objetivos de Israel em derrotar o Hamas e garantir a segurança de longo prazo do país, uma grande operação militar em Rafah não seria o caminho adequado.
John Kirby, porta-voz da Casa Branca, também destacou que uma ofensiva terrestre seria um “erro” e “um desastre”. A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, em entrevista à ABC News no final de março, não descartou “consequências” caso Israel prosseguisse com a operação militar em Rafah.
A mudança de planos de Netanyahu se alinha com um cenário de crescente pressão internacional e a necessidade de recalibrar estratégias frente às complexidades regionais e aos apelos diplomáticos.
Hamas oferece libertar apenas 20 dos 133 reféns
O Hamas propôs a libertação de apenas 20 reféns, um número bem abaixo do esperado por Israel, conforme informações de um oficial israelense ao Israel National News.
A redução levanta suspeitas de que muitos reféns já não estejam vivos, considerando especialmente mulheres, idosos e doentes graves. O grupo exige em troca a libertação de terroristas detidos em Israel e garantias de cessar-fogo, com Yahya Sinwar, líder do Hamas, aparentemente esperando aumentar a pressão internacional sobre Israel.
O porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Matthew Miller, disse que o Hamas é agora um obstáculo para a paz, apesar das concessões de Israel que beneficiariam civis em Gaza.
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