De que lado está Tarcísio?
Opção do governador de São Paulo por procurador-geral de Justiça ligado a Gilberto Kassab volta a levantar questões sobre o caráter da gestão do ex-ministro de Jair Bolsonaro
Os bolsonaristas seguem incomodados com Tarcísio de Freitas (Republicanos, foto), diz O Globo nesta segunda-feira, 15. Desta vez, o motivo é a escolha de Paulo Sérgio de Oliveira e Costa para procurador-geral de Justiça de São Paulo.
Terceiro colocado na lista tríplice do Ministério Público de São Paulo, Oliveira e Costa foi secretário de Assistência e Desenvolvimento Social na gestão de Gilberto Kassab na Prefeitura da capital paulista. Ele também atuou como presidente da Febem, hoje Fundação Casa, no governo de Geraldo Alckmin, atual vice-presidente da República.
“A escolha por um nome ligado a Kassab irritou aliados de Bolsonaro, que apontam para uma crescente influência do presidente nacional do PSD na gestão de Tarcísio. Kassab tornou-se um desafeto do bolsonarismo pela sua presença tanto no governo Lula, onde o seu partido comanda três ministérios, quanto na gestão estadual”, registra O Globo.
Até Alexandre de Moraes
Se já não fosse bastante o incômodo de Jair Bolsonaro com Kassab, seu secretário de governo em São Paulo, o jornal ainda dá conta de que “aliados de Bolsonaro sustentam ainda que Tarcísio teria consultado também o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) — um dos alvos preferenciais do bolsonarismo —, sobre a escolha, o que ampliou o incômodo na base”.
Como já registramos algumas vezes, qualquer movimento de Tarcísio para fora da esfera de influência de Bolsonaro incomoda profundamente os aliados do ex-presidente. Os partidários de Bolsonaro levam na ponta da língua uma longa lista de acenos à esquerda que o ex-ministro da Infraestrutura não deveria ter feito depois que se tornou governador, para além do desgastante apoio à reforma tributária.
É o preço que Tarcísio paga pelo benefício de ter se aliado ao chefe do PSD, que se tornou um dos maiores partidos do Brasil e tomou o protagonismo do PSDB em São Paulo.
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