Inflação mais alta nos EUA apaga otimismo local e pressiona juros
Juros futuros cediam fortemente até a divulgação de inflação mais forte que a esperada nos Estados Unidos
Números do CPI (Índice de Preços ao Consumidor) americano surpreenderam os economistas com pressão sobre os preços mais forte que as estimativas. O consenso dos especialistas era de que o indicador de março apresentaria uma desaceleração da inflação na comparação com fevereiro, que ficou em 0,4%.
O Departamento do Trabalho americano, responsável pelo indicador, apontou para um avanço dos preços ao consumidor de 0,4% em março, em linha com o número de fevereiro. O dado fez com que o otimismo no Brasil com a queda do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) – divulgado meia hora antes – fosse completamente apagado.
As taxas de juros futuras locais recuavam até 12 pontos base após o índice de inflação oficial do Brasil mostrar desaceleração muito maior que a esperada em março (0,16%, contra estimativas de 0,25% e leitura de 0,83% em fevereiro). Assim que os números da inflação americana apareceram, as quedas nas taxas foram rapidamente sendo apagadas ao longo de todos os vencimentos.
O mau humor dos investidores foi impulsionado ainda com a leitura dos núcleos de inflação nos Estados Unidos, que também ficaram acima do esperado. Nessa visão, que exclui os itens mais voláteis como alimentos e energia, a expectativa era de aceleração da inflação no acumulado dos últimos 12 meses, que passaria para 3,4% agora, contra 3,2% registrados no mesmo período terminado em fevereiro. O dado, porém, veio ainda pior, em 3,5%.
O mesmo aconteceu com a leitura anual do núcleo de inflação, que ficou em 3,8% (em linha com o anterior, para os 12 meses terminados em fevereiro), contra 3,7% da mediana das estimativas coletadas pela Bloomberg.
A repercussão no Brasil fez com que a precificação para a taxa básica de juros, Selic, no fim deste ano voltasse a ficar acima de 9,80% ao ano. Logo após a divulgação do IPCA, esse número chegou a ficar bater em 9,70% a.a..
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