Manuel Rosales: a “oposição” permitida por Maduro
O candidato presidencial e governador de Zulia, Manuel Rosales, nega ter traído Corina Machado e afirma que assumiu a candidatura para salvar a oposição.
O candidato presidencial e governador de Zulia, Manuel Rosales, nega ter traído Corina Machado e afirma que assumiu a candidatura para salvar a oposição.
Rosales foi eleito duas vezes governador de Zulia e convive pacificamente com o chavismo, que tolerou a sua “oposição” ao mesmo tempo que proibiu a de uma figura antichavista em ascensão como María Corina Machado.
Em 2009 Rosales exilou-se no Peru fugindo das acusações de corrupção feitas pelo chavismo e só regressou em 2014, quando foi detido. Ao sair da prisão, apresentou candidatura a governador e derrotou o partido governista. Ele é um dos poucos opositores que tem ligação direta com o Palácio Miraflores, a residência presidencial.
Com Corina Machado inelegível, a oposição busca um candidato para apostar, tudo ou nada. Para Machado, porém, Rosales não é essa pessoa. Ela havia indicado a professora Corina Yoris como substituta, mas sua candidatura também foi sabotada pelo governo. Rosales agora quer se passar pela oposição quando, na verdade, é apenas a oposição permitida por Maduro. Maria Corina fala em traição e muitos duvidam que ele não tenha feito um acordo com Maduro.
Em entrevista para o jornal El País, Rosales se nega a comentar as acusações de traição e sustenta que fez “o correto para salvar as forças democráticas.”
Rosales sequer participou das primárias da oposição na qual Corina Machado foi escolhida com uma vitória esmagadora, formando-se incontestavelmente como a maior líder da oposição: “Decidimos não nos inscrever nas primárias porque já havia muitos candidatos e uma dispersão muito grande de opções”, explica Rosales.
O governador de Zulia afirma, porém, que promoveu as primárias e a apoiou: “e quando ocorreu a vitória de María Corina, imediatamente a reconhecemos. Condenamos a sua desqualificação como injusta. Eu disse à própria María Corina que o nosso cartão estava à disposição da sua candidatura. Não podendo se inscrever, nomeou Corina Yoris, cujos méritos todos reconhecem. Falou-se em mudança de candidato e foi proposto Omar Barboza, que o Governo também vetou. O tempo continuou a passar. Naquela situação extrema, tomamos essa decisão pensando na gravidade que seria sair do país sem opção eleitoral”, afirmou o pré-candidato à presidência da Venezuela.
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