“É preciso virar a página sem arrancá-la da história”, diz Barroso
Presidente do STF compartilhou artigo em que tratou dos 35 anos da Constituição de 1988. Aniversário do golpe de 1964 foi marcado por silêncio de Lula para não melindrar militares
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso (foto), compartilhou uma mensagem na manhã desta segunda-feira, 1º, para marcar o aniversário de 60 anos do golpe militar de 1964. A data virou motivo de constrangimento para o governo Lula.
Apesar de seu partido ser crítico histórico da ditadura militar, o presidente da República preferiu não promover eventos sobre a data, para não melindrar os militares, constrangidos pelas investigações sobre Jair Bolsonaro e seu entorno, entre elas a que investiga uma trama para golpe de Estado.
“Na vida é preciso olhar para frente e virar a página. Mas sem arrancá-la da história”, disse Barroso em postagem no X, ex-Twitter. “Na Parte I do artigo abaixo, narro o período histórico que começa com o golpe de 1964, passa pelo AI-5, os anos de chumbo e o ocaso do regime militar, com a Constituinte”, c completou o presidente do STF, com um link para o artigo “Trinta e cinco anos da Constituição de 1988: as voltas que o mundo dá”.
“Revivendo o passado”
A parte I a que Barroso faz menção é intitulada “Revivendo o passado” e está dividida em três tópicos: “Do golpe de 64 ao Ato Institucional nº5/68”, “Dos anos de chumbo à abertura política” e “Do ocaso do regime militar à convocação da Assembleia Constituinte”.
Lula minimizou a ditadura militar de 1964 em entrevista à RedeTV transmitida em 27 de fevereiro. O petista afirmou que não quer “ficar remoendo sempre” em relação à memória da repressão.
Ministros
Apesar de Lula ter mantido e instruído silêncio sobre a data, alguns de seus ministros ignoraram a orientação e se manifestaram no domingo, 31, sobre o aniversário de 60 anos do golpe militar.
O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, que teve abortado evento sobre o assunto, escreveu nas redes sociais um longo texto sobre o assunto junto com a pergunta: “Por que ditadura nunca mais?”.
“Porque queremos um país social e economicamente desenvolvido, e não um ‘Brasil interrompido’. […] Porque queremos um país institucional e culturalmente democrático. Porque queremos um país em que a verdade e a justiça prevaleçam sobre a mentira e a violência. Porque queremos um país livre da tortura e do autoritarismo. Porque queremos um país sem milícias e grupos de extermínio”, respondeu Almeida à própria pergunta.
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