No pós-Páscoa, mercado digere inflação americana
Dados do PCE e do Payroll americanos devem ser o destaque da semana e afetar ativos locais e expectativa sobre juros
Os investidores iniciam a semana repercutindo os dados do PCE (índice de preços de gastos com consumo pessoal, na sigla em inglês. Os números foram divulgados na sexta-feira, 29, mas em função do feriado nos Estados Unidos (foto) e aqui, só agora o mercado financeiro deve ajustar as posições.
O PCE desacelerou para 0,3% em fevereiro, abaixo da previsão de 0,4% e do avanço de janeiro, revisado de 0,3% para 0,4%. O núcleo do indicador avançou 0,3%, em linha com o esperado, e abaixo do resultado do mês anterior, também revisado de 0,4% para 0,5%. Na leitura anual, o indicador de inflação preferido do FED (Federal Reserve) subiu 2,5% e o núcleo, 2,8%, ambos dentro das previsões.
A dúvida é como os dados, aparentemente, mais comportados de inflação serão vistos pelo investidores e como esses número afetarão as expectativas sobre os juros nos Estados Unidos. Até o fechamento de quinta-feira, 28, a precificação da curva futura por lá indicava 67% de chances de uma alta de 0,25 ponto percentual na taxa básica americana em junho.
Lentamente, o mercado financeiro tem adiado as apostas em um corte ainda no primeiro semestre nos EUA. No início de março, por exemplo, as chances de um corte em junho estava em 96%. Além do processo de desinflação um pouco mais lento, a preocupação do FED com a força do mercado de trabalho tem levado a autoridade monetária a sinalização mais conservadoras sobre o início do processo de relaxamento monetário.
Também por esse motivo, há expectativa na semana para o divulgação do Payroll, relatório de emprego americano na sexta-feira, 5. O consenso de mercado aponta para uma queda forte na geração de postos em março (para 165 mil, de 223 mil em fevereiro). Se confirmado o arrefecimento do mercado de trabalho, pode haver aumento nas apostas de início da queda de juros ainda em junho.
Produção Industrial e contas pública no radar local
Por aqui, a agenda econômica terá na quarta-feira, 3, os números da produção industrial de fevereiro pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A expectativa é de uma crescimento de 0,2% em fevereiro, após janeiro registrar uma retração de 1,6% na comparação mensal. Na leitura anual, a produção deve avançar 5,6%.
Na quinta-feira, 5, o Banco Central divulga os resultado primário do setor público consolidado em fevereiro, que deve trazer mais pistas para os agentes econômicos sobre as chances de a equipe econômica alcançar meta de zerar o déficit primário até o fim do ano.
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