Ministros se manifestam sobre golpe militar mesmo após veto de Lula
O petista vetou os atos do governo para relembrar a data; movimento faz parte de estratégia para tentar se aproximar dos militares
Ministros do governo Lula ignoraram a orientação do presidente e se manifestaram neste domingo, 31, sobre o aniversário de 60 anos do golpe militar no país.
Lula, como mostramos, vetou os atos do governo para relembrar a data. O movimento faz parte da estratégia do petista para tentar se aproximar dos militares.
O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, escreveu nas redes sociais um longo texto sobre o assunto junto com a pergunta: “Por que ditadura nunca mais?”.
“Porque queremos um país social e economicamente desenvolvido, e não um ‘Brasil interrompido’. […] Porque queremos um país institucional e culturalmente democrático. Porque queremos um país em que a verdade e a justiça prevaleçam sobre a mentira e a violência. Porque queremos um país livre da tortura e do autoritarismo. Porque queremos um país sem milícias e grupos de extermínio”, afirmou.
O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou:
“Lembramos e repudiamos a ditadura militar, para que ela nunca mais se repita. A mancha deixada por toda dor causada jamais se apagará. Viva a democracia, que tem para nós um valor inestimável.”
O chefe da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, fez uma publicação em referência à data, mas sem falar na ditadura. Ele também prestou uma homenagem à ex-presidente Dilma Rousseff: “Que a Luz da Democracia prevaleça, SEMPRE. Essa é a causa que nos move”.
Já Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário, escreveu:
“Minha homenagem a todos que perderam a vida e a liberdade, em razão da ruptura da democracia no dia 31 de março de 1964, que levou o país a um período de trevas. Minha homenagem a Rubens Paiva, Vladimir Herzog e Manoel Fiel Filho, que lutaram pela democracia no Brasil.”
O movimento dos ministros vai na contramão de Lula, que já havia desautorizado Silvio Almeida de realizar um ato que relembraria os “perseguidos” pela ditadura.
“Eu, sinceramente, vou tratar da forma mais tranquila possível. Eu estou mais preocupado com o golpe de 8 de janeiro de 2023 do que com 64. Eu tinha 17 anos de idade, estava dentro da metalúrgica Independência quando aconteceu o golpe de 64”, disse Lula em entrevista para a Rede TV!
Na quarta-feira, 27, durante cerimônia de lançamento do submarino Tonelero, em Itaguaí (RJ), Lula disse ter “carinho” pelas Forças Armadas do Brasil, que são “altamente qualificadas” para garantir a paz.
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