O bolsonarismo para além de Jair Bolsonaro
Os herdeiros políticos do ex-presidente são vários: Romeu Zema, Tarcísio de Freitas, Tereza Cristina, Ronaldo Caiado
Há aproximadamente um mês, eu travei um debate com um grande amigo sobre o futuro da direita no pós-Bolsonaro. Como todos sabem, o ex-presidente da República está inelegível. Hoje, com 69 anos, Bolsonaro só teria condições de voltar a disputar um pleito com 76 anos – uma idade consideravelmente avançada. Isso se ele não for condenado pelo STF a pelo menos 20 anos de prisão por supostamente ter feito parte de um plano para se dar um golpe de estado no país.
Convenhamos, ao menos durante o governo Lula, são absolutamente remotas as chances de Jair Bolsonaro voltar a disputar alguma eleição. Nem que seja para síndico de prédio.
Ao contrário do petismo que se ancora em uma única figura – a do presidente Lula -, o bolsonarismo tente a sobreviver mesmo sem Jair Bolsonaro. Enquanto na esquerda, o fim da carreira de Lula pode ser também o encerramento de um ciclo de poder, na direita o bolsonarismo já ostenta seus herdeiros. E não são poucos.
É importante que se diga que esse não é um movimento orquestrado. É algo orgânico. Tão orgânico que, em determinados momentos, até irrita o ex-presidente da República.
Eis alguns nomes: Romeu Zema, Tarcísio de Freitas, Tereza Cristina, Ronaldo Caiado… para além desses, já há nomes que começam a despontar como uma terceira-geração do Bolsonarismo como Nikolas Ferreira, senador Cleitinho, a deputada Júlia Zanatta, entre outros.
No caso específico de Nikolas, ele já é o terceiro político com maior influência nas redes sociais. São quase 11 milhões de seguidores. A tendência é que no Instagram ele se torne o segundo político mais seguido. Um fenômeno. Ainda mais para um menino de 27 anos. Não é atoa que a executiva nacional do PL pretende lançá-lo ao governo de Minas Gerais. Se ele vencerá uma eleição majoritária, esse é outro questionamento.
O fato é que por mais que a esquerda tente minimizar esse tipo de fenômeno, essa direita ruidosa e às vezes excessivamente estridente, veio para ficar. E esses personagens não dependem mais de Jair Bolsonaro para que se consolidem no futuro. Basta apenas que o ex-presidente não atrapalhe a trajetória de seus “filhos” políticos.
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