BC mantém previsão de inflação para 2024, apesar de alta recente
Autoridade monetária revisou crescimento do PIB de 1,7% para 1,9% com melhor na indústria e nos serviços
O primeiro RTI (Relatório Trimestral de Inflação) do Banco Central no ano mostrou surpresa da autoridade monetária com a inflação média dos últimos três meses, que ultrapassou em 0,54 ponto percentual o esperado pela autarquia.
O documento destaque que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumulado nos últimos doze meses recuou desde o relatório anterior, de 4,68% para 4,50%, mas avançou nos últimos três meses “para patamares que superam a meta de inflação“. De acordo com o texto, “essa surpresa de alta se deveu aos segmentos de preços administrados e alimentação no domicílio. No segmento de serviços, houve surpresa para cima com o seu componente subjacente“.
Apesar da pressão sobre os preços mais alta que o esperado, o BC entende que a alta foi pontual e não altera as perspectivas inflacionárias para o ano. “Na comparação com o relatório anterior, no cenário de referência, as projeções de inflação permaneceram em 3,5%, 3,2% e 3,2% para 2024, 2025 e 2026, respectivamente. Nesse cenário, as projeções para a inflação de preços administrados são de 4,4% em 2024, 3,9% em 2025 e 3,4% em 2026“, aponta o documento.
Para as próximos quatro leituras mensais do IPCA, o BC projeta um avanço de 0,24% em março, 0,35% em abril, 0,27% em maio, e 0,15% em junho.
PIB mais forte apesar de crise no agronegócio
O RTI também apontou uma melhora nas perspectivas de crescimento econômico em 2024, de 1,7%, na publicação anterior, para 1,9% agora. “A revisão reflete, principalmente, dinamismo ligeiramente maior do que o esperado da atividade econômica no início do primeiro trimestre. Sob a ótica da oferta, esperam-se recuo da agropecuária, após alta expressiva em 2023, e crescimentos de magnitudes semelhantes entre si e não muito distantes dos ocorridos em 2023, para indústria e serviços“, explica o BC no texto.
De acordo com os números da autoridade monetária, as expectativas para o PIB (Produto Interno Bruto) por setor melhoraram de 1,7% para 2,4%, para a indústria, e de 1,9% para 2%, para os serviços. O PIB da agropecuária, no entanto, deve cair 1% no ano, depois da revisão de crescimento de 1% prevista no relatório anterior.
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