Força do mercado de trabalho é risco para juros
Representantes do governo têm antecipado que dados do Caged devem surpreender economistas
Os investidores locais estão apreensivos para conhecer os números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) referente ao mês de fevereiro, que será divulgado às 14h. Um dos motivos foi a indicação na ata do Copom (Comitê de Política Monetária) mais recente de que as pressões salariais podem estar impactando a inflação de serviços.
O ministro Rui Costa antecipou que os números serão “extraordinários” em relação à geração de empregos com carteira assinada, afirmando que ela superará as 252 mil vagas esperadas pelos especialistas.
O ministro-chefe da Secom (Secretaria de Comunicação Social) da Presidência da República, Paulo Pimenta, também falou ontem sobre o Caged e antecipou, em cerimônia na Câmara Legislativa do Distrito Federal, na noite de terça-feira, 26, que a geração de novos postos deve ultrapassar 300 mil.
Nas projeções do mercado, no entanto, o número está entre 130 mil e 330 mil. Um mercado de trabalho muito aquecido deve pressionar a taxa de juros, principalmente, após o Banco Central deixar claro que está preocupado com o aumento da renda, que trouxe surpresas para a inflação de serviços.
De acordo com a Ata, o Comitê acredita que o dinamismo do mercado de trabalho pode estar pressionando os salários sem que haja ganhos de produtividade, o que pode se traduzir em inflação futura. Apesar disso, o BC deixou claro que está mais dependente dos dados, especialmente em relação à inflação de serviços, e que a trajetória para a taxa Selic não está definida.
No mercado financeiro, a precificação da taxa terminal da Selic (ao fim do ciclo de cortes) tem sido reajustada para cima nas últimas semanas. Até o fechamento das negociações na terça-feira, 26, as apostas indicavam a taxa básica de juros em 9,75% ao ano até o fim de 2024. No início de março, a precificação apontava para 9,50% a.a..
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