A relação entre Geraldo Alckmin e ‘M&M’, segundo o MP de São Paulo
Na ação de improbidade administrativa contra Geraldo Alckmin, cujo documento oficial foi obtido por O Antagonista, o Ministério Público paulista confirma que M&M é um apelido dado por Benedicto Barbosa da Silva Júnior, então diretor de Infraestrutura da Odebrecht, a Marcos (Antônio) Monteiro, à época presidente da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo. Outro diretor da empreiteira, Luiz Antônio Bueno, procurou Marcos Monteiro no...
Na ação de improbidade administrativa contra Geraldo Alckmin, cujo documento oficial foi obtido por O Antagonista, o Ministério Público paulista confirma que M&M é um apelido dado por Benedicto Barbosa da Silva Júnior, então diretor de Infraestrutura da Odebrecht, a Marcos (Antônio) Monteiro, à época presidente da Imprensa Oficial do estado de São Paulo.
Outro diretor da empreiteira, Luiz Antônio Bueno, procurou Marcos Monteiro no final de 2013, “sabendo que referida pessoa seria o responsável pela administração financeira da candidatura” de Geraldo Alckmin “à reeleição ao cargo de governador” em 2014.
A reunião teria ocorrido em prédio público, nas dependências da Imprensa Oficial.
A intenção da Odebrecht “era manter o projeto de concessões e privatizações do estado de São Paulo, bem como acobertar diversas fraudes à lei de licitações, tais como formação de cartel e superfaturamento de obras, como se infere de diversas ações de responsabilidade por ato de improbidade administrativa a que responde, merecendo especial destaque, para o contexto da presente demanda, as obras da Linha 6 do Metrô de São Paulo”.
“Aceitando a inescrupulosa oferta” da Odebrecht, no início de 2014, M&M “veio a pedir, em benefício” de Alckmin, “uma doação no valor de 10 milhões de reais, valores estes a não serem contabilizados e declarados à Justiça Eleitoral, entregues por meio do esquema fraudulento de caixa dois, para a campanha deste último”.
Por decisão de Benedicto, “foi aprovada uma doação no valor de R$ 8,3 milhões, a ser paga parceladamente e por meio do já mencionado esquema de caixa dois, a qual seria viabilizada” por Luiz Antônio Bueno Júnior.
Resultado: “diversos pagamentos foram programados, entre março e outubro de 2014, em benefício” de Alckmin.
Luiz Antônio incumbiu à testemunha Arnaldo Cumplido de Souza e Silva a intermediação desses pagamentos junto ao departamento de propinas da Odebrecht.
Para que Arnaldo “não soubesse quem seria o beneficiário das quantias”, Benedicto “resolveu apelidar o requerido Marcos Monteiro por ‘M&M’, de modo que, todas as inserções nas planilhas das propinas e vantagens indevidas divulgadas pela mídia e constantes dos autos de inquérito civil que ora instruem a presente em que houver alusão ao referido apelido – “M&M” – referiam-se a pagamentos feitos ao funcionário público Marcos Monteiro em benefício direto ou indireto da campanha a governador de 2014” de Alckmin.
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