“Lula insulta os venezuelanos que estão sofrendo”
Para Leopoldo López, líder da oposição venezuelana, o petista “não vem ajudando a Venezuela e tampouco está ajudando o Brasil”
Líder da oposição venezuelana, Leopoldo López (foto) disse em entrevista à Folha que o presidente Lula “não vem ajudando a Venezuela e tampouco está ajudando o Brasil”.
O petista, que relativiza os direitos humanos para defender Nicolás Maduro, tem ignorado o avanço da repressão da ditadura chavista em pleno ano eleitoral na Venezuela.
“Quando Lula diz que a questão venezuelana é só um problema de narrativa, está insultando os venezuelanos que estão sofrendo”, afirmou López, que vive em Madri e está impedido de voltar a seu país.
“É como dizer-lhes que seu sofrimento não é de verdade. E é ignorar que a tragédia humanitária é uma consequência da destruição da economia que, por sua vez, é uma consequência da destruição da democracia. Isso é a realidade, não é uma narrativa. É um comentário de um político a outro político, ensinando-o como enganar ou manipular”, acrescentou o opositor.
Sobre as declarações de Lula relativizando a ditadura de Maduro e comparando sua inabilitação para disputar a eleição de 2018 à de Maria Corina Machado, Leopoldo López afirmou:
“O modo desrespeitoso com que tratou María Corina, burlando-se de uma mulher, é para ser rejeitado por toda a comunidade internacional. Maduro destruiu as instituições na Venezuela, e Lula deve lembrar que foram justamente as instituições democráticas do Brasil que permitiram a ele passar pela inabilitação e pela prisão e hoje poder ser presidente.”
María Corina Machado foi impedida de disputar a eleição deste ano por perseguição do regime de Maduro.
Vitoriosa nas primárias da oposição em outubro, com quase 90% dos votos, ela foi classificada como inelegível pela Suprema Corte venezuelana em janeiro, num processo eivado de evidentes irregularidades e denunciado por órgãos internacionais.
Leopoldo López, como mostramos, iniciou nesta semana, em Madri, um evento intitulado “Faces da tortura, autocracias na América Latina.” No encontro, exilados e antigos presos políticos de Venezuela, Cuba, Nicarágua e Bolívia partilham seus testemunhos e denúncias sobre violações dos direitos humanos nos referidos países.
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