Anne Dias na Crusoé: O comunismo não existe sem ditadura
É crucial entender como o comunismo, em sua aplicação prática, tende a concentrar o poder nas mãos de uma elite governante
Quanto tempo você consegue ficar sem energia? Já imaginou enfrentar um apagão de 18 horas várias vezes por semana? O estrago que isso causaria no seu trabalho? E chegar ao supermercado e não encontrar comida disponível para levar para casa? Sem saber o que preparar para o jantar dos seus filhos? Como seria essa vida? Parece uma distopia, mas essa é a realidade de quem vive em Cuba.
No domingo, 17, em Santiago de Cuba, a segunda maior cidade da ilha, “energia” e “comida” foram as palavras de ordem do protesto que levou centenas de manifestantes às ruas. A escassez de alimentos e os apagões são alguns dos resultados de uma ditadura comunista que rege o país há mais de seis décadas.
Além das consequências visíveis, é crucial entender como o comunismo, em sua aplicação prática, tende a concentrar o poder nas mãos de uma elite governante. Nesses regimes, partidos políticos únicos controlam todos os aspectos da vida pública e privada, restringindo severamente as liberdades individuais. A falta de pluralismo político e a ausência de mecanismos eficazes de prestação de contas resultam em um ambiente opressivo, no qual a dissidência é reprimida e a liberdade de expressão é sufocada.
Quando pensamos nessa situação caótica, é natural imaginar que a solução mais óbvia seja protestar nas ruas contra o governo. No entanto, isso não é uma opção simples, devido à grave repressão policial imposta pelo próprio governo.
O último grande protesto contra o regime comunista em Cuba ocorreu em 2021 e resultou na condenação de mais de 400 pessoas a penas de 10 a 18 anos de prisão, simplesmente por lutarem por liberdade. A existência da possibilidade de ser preso ao se manifestar ilustra a gravidade dessa realidade.
“Mas isso deve ocorrer em Cuba não devido ao comunismo, mas sim à ditadura que o país enfrenta”. Será mesmo?
Na verdade,…
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