Mais uma baixa no PSDB de São Paulo
Em uma crise que não aparenta ter fim, a executiva nacional do PSDB anulou a eleição que havia definido o ex-deputado Marco Vinholi
O PSDB de São Paulo perdeu mais um filiado com cargo público. Desta vez, foi Cesar Azevedo (foto), presidente da SP Urbanismo, empresa pública de urbanismo da cidade de São Paulo.
“Me filio hoje ao União Brasil com a convicção de que assim poderei contribuir muito mais para a defesa do legado do ex-prefeito Bruno Covas na cidade de São Paulo”, disse Azevedo à Folha de S. Paulo nesta segunda-feira, 18 de março.
Militante no PSDB desde cerca de 2010 e um dos auxiliares mais próximos de Covas, falecido em 2021, Azevedo criticou a possibilidade ventilada nos bastidores de o PSDB apoiar a deputada federal Tabata Amaral (PSB) nas eleições municipais de 2024.
Ele apoia a reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB), ex-vice de Covas.
“Discordo dos rumos que o PSDB-SP sinaliza tomar no cenário da eleição municipal e reafirmo que a manutenção do legado do Bruno se dá com a reeleição do prefeito Ricardo Nunes”, afirmou.
Última baixa
Em meio a uma crise desde a péssima performance nas últimas eleições municipais, em 2020, o PSDB de São Paulo teve uma baixa nesta segunda-feira, 11 de março.
O ex-governador Rodrigo Garcia (foto) deixou a legenda.
“Apresento hoje (11/03) minha desfiliação ao PSDB. Faço com a tranquilidade e a certeza de que deixamos, numa parceria de quase 30 anos nas gestões públicas de São Paulo e do Brasil, um modelo de governar, baseado em princípios que sempre conjugamos, aquele da proteção aos mais necessitados, da responsabilidade fiscal e da inovação na gestão”, diz o ex-governador em nota.
“Foram eles que me levaram a trabalhar em parceria com Mário Covas, quando ainda começava na vida pública, e que me nortearam e me guiaram durante todas as administrações até as eleições de 2022. Sou grato a essa jornada que me deu grandes oportunidades. Contudo, deixo o partido convencido de que é tempo de mudança para todos nós”, acrescenta.
Rodrigo Garcia assumiu o governo de São Paulo em 1º de abril de 2022.
Ele era vice de João Doria, outro ex-tucano, que deixou o cargo para tentar disputar as eleições presidenciais daquele ano. Apesar de Doria ter ganho as primárias na ocasião, o partido optou por não apresentar candidato presidencial.
Nas eleições de 2022, Garcia tentou se reeleger, mas acabou fora da disputa ainda no primeiro turno, com menos de 20% dos votos, encerrando duas décadas de domínio tucano sobre o Palácio dos Bandeirantes.
Crise do PSDB de São Paulo
Em uma crise que não aparenta ter fim, a executiva nacional do PSDB anulou a eleição que havia definido o ex-deputado Marco Vinholi (foto) como presidente do diretório estadual do partido em São Paulo.
A decisão foi tomada em reunião com 30 membros da cúpula na noite desta sexta-feira, 8 de março.
A oposição a Vinholi, encabeçada pelo ex-presidente estadual da sigla, o prefeito de Santo André, Paulo Serra, alega que membros do diretório estadual não haviam sido informados da reunião virtual que elegeu o agora presidente cassado.
Uma nota atribuída a Serra circulou no WhatsaApp dizendo que o encontro teria sido “cancelado por motivo técnicos”.
Ligado ao grupo político de Eduardo Leite, Serra propôs que a decisão sobre a liderança do partido fosse adiada pela terceira vez, mas a proposta foi rejeitada pela maioria.
Marco Vinholi pertence ao grupo político do PSDB que era ligado ao ex-governador João Doria, adversário de Leite no partido.
O PSDB vive uma crise em São Paulo.
Nos últimos três anos, o partido perdeu 139 prefeituras, indo de 180 a 41, enquanto se viu ultrapassado pelo PSD, como principal força territorial no estado, hoje com 329 prefeituras.
Em outubro, o então presidente nacional do PSDB, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, suspendeu nas eleições do diretório estadual do partido.
Ele alegou “manifestações de importantes lideranças partidárias”, dentre elas o ex-senador José Serra, preocupadas com o fraco desempenho do partido no estado e “a total ausência da mobilização partidária necessária à realização das convenções agregadoras e democráticas”
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