Richa detalha sua tentativa de fuga do PSDB
Richa desistiu de migrar para o PL e decidiu permanecer no PSDB para concorrer à prefeitura de Curitiba
Pleiteado por uma ala do PL paranaense e rechaçado por outra, o deputado federal Beto Richa desistiu de migrar de partido e decidiu permanecer no PSDB para concorrer à prefeitura de Curitiba.
Como mostrou O Antagonista, o ex-governador paranaense foi à sede do PL em Brasília, acompanhado pelo deputado federal Filipe Barros, conversar com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a filiação e o apoio à candidatura.
Membros do partido, no entanto, como o deputado estadual Ricardo Arruda, protestaram contra a possibilidade de Richa integrar a legenda e se lançar candidato na capital paranaense.
Em meio a outras críticas, Arruda destacou que Beto Richa é ex-presidiário e a sua filiação mancharia o partido, embora o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, também tenha sido condenado a sete anos e 10 meses de prisão pelo esquema do mensalão, em novembro de 2012.
Após a repercussão negativa, Filipe Barros disse ser apenas um “soldado do presidente Bolsonaro” que cumpria uma missão e passou a declarar apoio à pré-candidatura do ex-deputado Paulo Martins à prefeitura de Curitiba.
O presságio
Em nota de esclarecimento publicada nas redes sociais, o ex-governador paranaense detalhou a tentativa frustrada de mudança de partido, com direito a presságio por meio de um sonho com o “velho Zé Richa”.
“A quarta-feira amanheceu nebulosa em Brasília, com risco de chuvas e trovoadas. Como sempre faço, acordei cedo para o trabalho. Tinha um convite para me reunir com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que estava conversando com pré-candidatos à Prefeitura de Curitiba. Tinha sonhado com meu pai, o velho Zé Richa.
Fui com a certeza de que, na política, assim como na vida diária de cada um de nós, a conversa sempre é bem-vinda. E sempre dialoguei com todos.
Muito bem recebido na sede do PL, fui convidado a me filiar ao partido. Em seguida, fui gentilmente recebido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Novamente pensei no sonho que tive com meu pai: a inércia é inimiga da política.
Não sou político iniciante. Sabia que qualquer passo que eu desse romperia o quadro de inércia que toma conta do panorama regional. E foi isso que fiz.”
A “impactante” reação do PSDB
No comunicado, Beto Richa afirmou ter recebido “apelos” para permanecer no partido.
“Procurei a direção nacional do PSDB logo na sequência. A reação, como esperado, foi impactante. Uma semana antes o partido havia dado uma carta de anuência ao deputado Carlos Sampaio, para sair do PSDB sem o risco de perder o mandato.
Mas no meu caso foi diferente. Recebi apelos para permanecer no PSDB. Fui lembrado das batalhas políticas e eleitorais que juntos enfrentamos nas últimas décadas.
Parecia óbvio, para meus amigos da direção do partido, que a minha saída poderia estimular outros filiados a fazer o mesmo. Prevaleceu o peso do compromisso com o PSDB, um partido que mudou o Brasil para muito melhor.
Ao adotar essa postura, o PSDB pratica a boa política, que faz uso de argumentos para o exercício de convencimentos.”
“O velho Richa tinha razão”
Beto Richa concluiu a nota exaltando o “papel de relevância” retomado pelo PSDB no tabuleiro político e dizendo que “o velho Richa tinha razão”.
“O PSDB voltou ao noticiário nacional, e passou novamente a ter papel de relevância no tabuleiro político.
É nas crises que se aprende e que se reúne forças. Eu senti na carne e na alma isso. Fui massacrado por radicais com argumentos infundados, mas não desisti, e não desisto nunca.
Enfim, o velho Richa tinha razão. Política é movimento, seja no avanço ou no recuo.”
Sem carta de anuência
Segundo O Globo, o PSDB não estava disposto a conceder a carta de anuência a Beto Richa para que ele deixasse o partido sem perder o mandato no Congresso Nacional.
A saída de Carlos Sampaio, mencionada por Richa, ainda pode ser alvo de ação judicial, já que seu suplente pode pedir a cadeira.
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