A Rússia ‘obstruiu sinais’ em avião da RAF (Força Aérea Real ) que transportava o secretário de Defesa do Reino Unino, Grant Shapps.

A interferência, descrita como um ato “extremamente irresponsável” de guerra eletrônica, durou meia hora. O sinal GPS do avião sofreu interferência enquanto passava pelo território russo de Kaliningrado, que fica entre a Polônia e a Lituânia.

O secretário da Defesa estava a bordo de um jato Dassault 900LX Falcon da RAF, chamado Envoy, voltando da Polônia na quarta-feira, 13 de março, quando ocorreu o ataque. A trajetória de voo da aeronave ficou visível para os rastreadores.

O ataque não ameaçou a segurança da aeronave, mas deixou os telefones incapazes de se conectar ao WiFi do avião. O avião foi forçado a utilizar outros sistemas de navegação à disposição dos pilotos.

Uma fonte da defesa britânica disse: “Embora a RAF esteja bem preparada para lidar com isto, ainda representa um risco desnecessário para aeronaves civis e pode potencialmente pôr em perigo a vida das pessoas. Não há desculpa para isto e é extremamente irresponsável por parte da Rússia.”

Outra fonte disse que “não é incomum” que ataques dessa natureza aconteçam perto de Kaliningrado. Um porta-voz de Downing Street confirmou que o avião “sofreu um bloqueio de GPS quando voou perto de Kaliningrado”.

Shapps regressava de uma visita a um local de treino militar em Orzysz, no nordeste da Polónia, a cerca de 160 quilômetros de Kalinigrado. Ele observou as tropas participando do Steadfast Defender, o maior exercício militar da OTAN desde a Guerra Fria.

Os exercícios, que decorrem até maio, envolvem cerca de 90 mil soldados de toda a aliança, incluindo forças do Reino Unido.

Durante a viagem à Polônia, Shapps criticou Vladimir Putin depois que o líder russo disse em uma entrevista aos meios de comunicação estatais que a sua nação estava “pronta” para uma guerra nuclear se fosse necessária.

Shapps chamou tal retórica de “irresponsável” e que Putin deveria “voltar para o leste e sair do país democrático que decidiu invadir há dois anos”. Ele também apelou para que os gastos militares do Reino Unido aumentassem para 3% do PIB.