Expatriados russos se preparam para votar
Expatriados russos se preparam para votar nas eleições presidenciais, mesmo com suspeitas de fraude.
Sergey Kulikov, um advogado russo residente em Dubai, em breve votará nas eleições presidenciais da Rússia. A despeito de saber que os resultados serão provavelmente manipulados, ele considera o voto como uma forma eficaz de expressar seu protesto.
Kulikov reservou o primeiro voo disponível para deixar a Rússia assim que o governo anunciou o recrutamento militar compulsório e punições severas para os desertores, em setembro de 2022.
Direito ao voto aos expatriados confirmado
Segundo o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, os expatriados – inclusive aqueles que se mudaram para países considerados “hostis” ao país – poderão votar nas eleições presidenciais de 15 a 17 de março. A Comissão Eleitoral Central da Rússia confirmou que a votação no exterior ocorrerá em 288 seções eleitorais em 144 países.
Estima-se que muitos expatriados votarão, o que provavelmente resultará em longas filas nas seções eleitorais no exterior.
Votação questionada
Muitos russos no exterior têm opiniões desfavoráveis a Putin, mas têm dúvidas sobre a eficácia do voto quando não há uma alternativa viável.
Anna, uma acadêmica russa residente em Israel, por exemplo, optou por não votar porque acredita que a participação somente vai corroborar a narrativa do Kremlin de que a Rússia é uma democracia.
Contudo, a viúva do opositor Alexey Navalny, Yulia Navalnaya, pediu aos russos que compareçam às urnas no último dia das eleições como uma forma de resistência ao regime de Putin.
Alternativas escassas
Os três candidatos que concorrem contra Putin nas eleições oficiais – Vladislav Davankov, Nikolai Kharitonov e Leonid Slutsky – são considerados pró-Kremlin, deixando poucas opções para os eleitores que procuram uma alternativa ao status quo.
Callum Fraser, pesquisador especializado em política externa russa no think tank do Royal United Services Institute (RUSI), acredita que Putin confia nessas eleições para demonstrar que sua guerra na Ucrânia tem o apoio do país.
Ainda assim, Fraser faz uma ressalva: “A Rússia não é um Estado democrático. As eleições são apenas para exibição e exibirão um resultado que se adequa à narrativa de Putin”.
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