Mulher que agrediu comerciante judia na Bahia vira ré
Ana Maria Leiva Blanco de um tapa e proferiu ofensas antissemitas à comerciante judia Herta Breslauer no início de fevereiro
A Justiça da Bahia aceitou uma denúncia de injúria por etnia contra a mulher que agrediu com tapas e declarações antissemitas uma comerciante judia em Arraial d’Ajuda no início de fevereiro.
O despacho, obtido por O Antagonista, é da 1ª Vara Criminal de Porto Seguro, na Bahia, assinado nesta quarta-feira, 13 de março.
O crime de “injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro, em razão de raça, cor, etnia ou procedência nacional” prevê pena de dois a cinco anos de reclusão e multa, segundo a Lei nº 14.532, de 2023.
A 1ª Vara Criminal de Porto Seguro aceitou integralmente a denúncia, de autoria do Ministério Público baiano.
A agora ré, Ana Maria Leiva Blanco (foto), também é acusada de destruição de patrimônio alheio, ameaça de causar mal injusto e ofensa à integridade corporal.
Relembre o caso
Uma comerciante judia sofreu ataques antissemitas em uma loja em Arraial d’Ajuda, na Bahia. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o momento em que a mulher foi chamada de “assassina de crianças” por uma cliente.
Nas imagens, é possível ver que a Ana Maria Leiva Blanco avança contra a comerciante. A proprietária da loja se chama Herta Breslauer e teve itens quebrados durante o ataque.
“Sionista, assassina de crianças. Eu vou te pegar, maldita sionista”, disse a mulher no vídeo. A agressora foi contida por um homem.
Após o ataque, Herta Breslauer foi a uma delegacia registrar boletim de ocorrência.
“Acabei de ser agredida, estou saindo da Polícia Civil. Fiz um B.O. Eu tenho um estabelecimento aqui no Arraial. Ela entrou, me agrediu, me bateu, destruiu minha loja, simplesmente pelo fato de eu ser judia, só por conta disso”, afirmou a comerciante.
Em nota, a Confederação Israelita do Brasil e a Sociedade Israelita da Bahia denunciaram a agressão “repugnante” e “covarde” e defenderam que o ataque seja investigado como crime de ódio.
“A Conib vem pedindo moderação e equilíbrio às nossas lideranças para não importarmos o trágico conflito em curso no Oriente Médio. O antissemitismo deve ser condenado por todos, e sua explosão nos últimos meses aqui no Brasil e no mundo é consequência de visões odiosas e distorcidas sobre Israel e judeus manifestados por personalidades e distribuídas pelas redes sociais. Isso precisa acabar para evitarmos consequências ainda mais graves”, afirmam na nota.
A espiral antissemita do PT
Em declaração a um blog petista em 20 de janeiro, José Genoino sugeriu o boicote a empresas comandadas por judeus.
“É interessante essa ideia do boicote por motivos políticos que ferem interesses econômicos. Inclusive tem esse boicote em relação a determinadas empresas de judeus”, disse ao criticar o abaixo-assinado elaborado por empresários brasileiros pedindo a retirada do apoio do país a uma ação movida pela África do Sul contra Israel na Justiça internacional.
Como mostrou a Crusoé, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, também entrou em uma espiral antissemita que a colocou em pé de guerra com a Conib.
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