Polícia Federal realiza operação contra tráfico de animais silvestres
Dentre animais comercializadas ilegalmente pelo grupo estão araras, papagaios, cervos, iguanas, pássaros e macacos
A Polícia Federal (PF) deflagrou uma ação para combater um grupo criminoso envolvido na captura e venda ilegal de animais silvestres, incluindo espécies ameaçadas de extinção.
A operação, intitulada Defaunação, cumpre três mandados de prisão preventiva e 20 mandados de busca e apreensão em diversos municípios do Rio de Janeiro, como Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá.
De acordo com as informações obtidas, o grupo era liderado por um bombeiro militar e contava com a participação de servidores do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e do Comando de Policiamento Ambiental da Polícia Militar. Além disso, uma estudante universitária e dois veterinários também estavam envolvidos no esquema criminoso.
Estratégias dos criminosos
As investigações revelaram que o grupo atuava de forma sistemática na captura de animais silvestres, contando com o auxílio de caçadores. Os animais eram mantidos em cativeiro com a ajuda de receptadores e posteriormente vendidos por meio das redes sociais, com valores que variavam entre R$ 20 mil e R$ 120 mil.
Uma das estratégias utilizadas pelo grupo criminoso era cadastrar os animais de forma fraudulenta nos sistemas geridos pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), como o Sistema Nacional de Gestão da Fauna Silvestre (Sisfauna) e o Sistema de Controle e Monitoramento da Atividade de Criação Amadora de Pássaros (Sispass).
Os valores de venda dos animais dependiam da espécie e se estes eram ou não acompanhados por documentos fraudulentos. Estima-se que o esquema criminoso movimentou pelo menos R$ 2,4 milhões, mas acredita-se que o lucro obtido pelos envolvidos possa ter ultrapassado os R$ 14 milhões.
Dentre as espécies comercializadas ilegalmente pelo grupo estão araras, papagaios, cervos, iguanas, pássaros e macacos.
Uma das espécies traficadas, o macaco-prego-de-crista (Sapajus robustus), encontra-se ameaçada de extinção.
A operação conta com o apoio das corregedorias do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar.
Os investigados responderão, dentre outros delitos, pelos crimes de organização criminosa, receptação qualificada, crime ambiental, peculato, falsificação de documentos e selos públicos, falsificação de documento particular, uso de documento falso e falsidade ideológica. Se somadas, as penas podem alcançar de 46 a 58 anos de reclusão.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)