As missões diplomáticas dos Estados Unidos e outras nações em Porto Príncipe, capital do Haiti, iniciaram a retirada de seus funcionários devido à intensificação da violência de gangues. Registros da noite de domingo (10) apontam que até mesmo uma operação de retirada a cargo das missões alemã e europeia precisou recusar apelos para auxiliar na evacuação de outros diplomatas.

Um país à beira do colapso

Segundo informações do Departamento de Estado dos EUA, a retirada foi realizada durante a madrugada em resposta ao acirramento da violência de gangues em Porto Príncipe. A capital haitiana registra um índice crescente de ataques de gangues fortemente coordenados contra instituições policiais e estatais, ameaçando derrubar o governo.

A insegurança fechou aeroportos e portos, forçando dezenas de milhares de pessoas a abandonarem suas casas. A fuga de presos da Penitenciária Nacional do Haiti, que forçou o governo a declarar estado de emergência, também influenciou a decisão de diversas missões diplomáticas.

Resgates e retiradas

A Alemanha e a União Europeia também retiraram representantes diplomáticos, incluindo seus embaixadores, usando um plano de evacuação que levou vários dias de planejamento e coordenação. A operação envolveu a utilização de helicópteros para enfrentar o espaço aéreo fechado a voos para o Haiti.

O tamanho reduzido das aeronaves, no entanto, dificultou a evacuação de todas as pessoas que gostariam de deixar o Haiti. Em meio à alta demanda, foram registradas 12 viagens de resgate em três dias, todas focadas na retirada de pessoal diplomático e humanitário.

Retirada temporária

A delegação da União Europeia no Haiti confirmou que interrompeu temporariamente suas operações em sua sede local e reduziu a presença de pessoal no país. Segundo a organização, a retomada das atividades ocorrerá assim que a segurança for reestabelecida.

O aumento da violência e o consequente esvaziamento do corpo diplomático levantam alertas sobre o futuro do Haiti. A comunidade internacional observa com preocupação a situação de instabilidade política e social, que já afeta o fornecimento de suprimentos essenciais e a operação de serviços de saúde por organizações de ajuda.