Como funcionam as "fábricas de cliques" Como funcionam as "fábricas de cliques"
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Como funcionam as “fábricas de cliques”

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Alexandre Borges
2 minutos de leitura 09.03.2024 07:35 comentários
Tecnologia

Como funcionam as “fábricas de cliques”

Fotógrafo Jack Latham divulgou imagens inéditas dos fraudadores de engajamento nas redes sociais no Vietnã

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Alexandre Borges
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Como funcionam as “fábricas de cliques”
Foto: Cortesia

Na penumbra de salas repletas de smartphones, jovens vietnamitas navegam incansavelmente pelas redes sociais. Eles não estão apenas curtindo fotos ou compartilhando memes; estão “fabricando” a popularidade digital. É o mundo secreto das “fábricas de cliques”, um fenômeno global que é um negócio muito lucrativo no Vietnã.

As “fábricas de cliques”, conhecidas localmente como “nông trại bấm like” (fazendas de likes), são operações onde trabalhadores são pagos para criar contas falsas em plataformas de mídia social para depois curtir, compartilhar ou comentar em publicações pagas por clientes que buscam aumentar sua popularidade ou influência online.

Essas imagens foram expostas no livro “Beggar’s Honey” pelo fotógrafo britânico Jack Latham. Ele passou um mês em Hanói, Vietnã, documentando as “fábricas de cliques” e conversando com funcionários.

O serviço não se limita a indivíduos. Empresas e políticos também recorrem a essas práticas para parecerem mais influentes ou para manipular a opinião pública.

Um dos trabalhadores, que preferiu manter o anonimato, revelou que passa mais de 12 horas por dia interagindo com conteúdos específicos. “É um trabalho como qualquer outro”, disse. “Mas às vezes é difícil esquecer que nada do que estou curtindo é real.”

Especialistas alertam sobre as consequências dessas práticas. Além de inflar artificialmente a popularidade, elas podem distorcer a percepção pública e influenciar decisões importantes, desde escolhas de consumo até resultados eleitorais. “O impacto vai além da vaidade nas redes sociais”, explica a Dra. Linh Nguyen, socióloga especializada em mídia digital. “Estamos falando de manipulação em escala industrial, com implicações reais para a sociedade.”

Entretanto, as autoridades lutam para controlar essa indústria sombria. A legalidade dessas operações fica em uma área cinzenta, e os avanços tecnológicos apenas facilitam a criação e gestão de contas falsas em massa.

A existência das “fábricas de cliques” no Vietnã é um lembrete de que, no mundo digital, nem tudo que brilha é ouro. A busca incessante por aprovação online gerou uma economia paralela que prospera à sombra das interações genuínas, desafiando nossa percepção de autenticidade e popularidade nas redes sociais.

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Alexandre Borges

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