Tarcísio defende operação: “Pode ir na ONU, na Liga da Justiça”
Em entrevista, o governador de São Paulo minimizou a denúncia realizada por ONGs no Conselho de Direitos Humanos da ONU
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, defendeu nesta sexta-feira, 8, a Operação Verão, realizada pela Polícia Militar para reforçar a segurança em 16 municípios do litoral paulista, mas que deixou pelo menos 39 mortos em confrontos entre policiais e criminosos.
Em entrevista coletiva, ele rebateu as críticas recebidas pela operação e minimizou a denúncia realizada por ONGs no Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra, na Suíça.
“Sinceramente, nós temos muita tranquilidade com o que está sendo feito. E aí o pessoal pode ir na ONU, pode ir na Liga da Justiça, no raio que o parta, que eu não tô nem aí”, afirmou o governador, em tom de desabafo.
“Nós estamos fazendo o enfrentamento [do crime organizado] de forma profissional, de forma séria, e aí vem denúncia disso, denúncia daquilo. A gente tem que entender às vezes a situação das pessoas que estão lá, escravizadas pelo crime, ameaçadas pelo crime. Porque, oficialmente, não chega nada. Você conversa com o pessoal da Santa Casa de Santos, nenhuma informação dessa foi veiculada. Então, é uma tremenda irresponsabilidade começar a levantar esse tipo de situação sem evidência, sem lastro”, acrescentou.
Tarcísio promete investigar denúncias
Apesar da insatisfação com as críticas, Tarcísio prometeu investigar as denúncias de que os corpos dos mortos em confrontos com a polícia são levados como vivos para os hospitais para evitar a perícia.
“Tem uma questão de denúncia, vamos investigar. Agora, nós precisamos de fato saber o que realmente aconteceu. Não há nenhum interesse da nossa parte em confrontar ninguém. Nós tínhamos lá na baixada uma série de barricadas que foram removidas. Locais em que o poder público não entrava. Hoje a gente retirou todas as barricadas. A gente está restabelecendo a ordem. Não existe progresso sem ordem”, afirmou.
Ação policial na Baixada Santista
Pelo menos 39 pessoas morreram em confrontos entre criminosos e policiais militares no litoral paulista desde 3 de fevereiro.
Nesta sexta, 8, duas entidades ligadas aos direitos humanos foram ao Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas denunciar a escalada da letalidade policial no estado.
Segundo documento lido na ONU, o número de mortes em decorrência de intervenções policiais no primeiro bimestre subiu 94%.
Leia também:
Apoiadores de Bolsonaro na Paulista veem Tarcísio como sucessor
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)