Hacker da Zambelli vira réu por suposta calúnia contra Bolsonaro
Delgatti afirmou que Bolsonaro o teria pedido para grampear o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes
O juiz Omar Dantas Lima, da Justiça do Distrito Federal, aceitou uma queixa-crime de Jair Bolsonaro (PL) contra o hacker Walter Delgatti (foto) por calúnia.
A decisão foi divulgada pelo Globo nesta quinta-feira, 7 de março, e confirmada por O Antagonista.
Convocado a depor à CPMI por seu envolvimento na fabricação de um mandato de prisão falso contra o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Alexandre de Moraes,
Delgatti afirmou que Bolsonaro o teria pedido para grampear o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Alexandre de Moraes. O ex-presidente nega a alegação.
O hacker fora convocado a depor à CPMI por seu envolvimento na fabricação de um mandato de prisão falso contra Moraes, que teria sido orquestrado pela deputada federal Carla Zambelli (PL).
Indiciamento em outro caso
No final de fevereiro, a Polícia Federal indiciou a deputada federal Carla Zambelli e o hacker Walter Delgatti Neto pela invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) realizada em 2023.
Eles são suspeitos de falsidade ideológica e de múltiplas tentativas de invasão de dispositivo informático.
O relatório final será analisado pelo Procuradoria-Geral da República (PGR).
Documentos falsos encontrados
Segundo os investigadores, foram encontrados quatro documentos falsos nos equipamentos pessoais da Deputada.
Dentre eles, está a falsa ordem de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, além de ordens de quebra de sigilo bancário e bloqueio de bens do ministro.
As ordens foram supostamente geradas no computador do hacker e baixadas no dispositivo de Zambelli.
O CNJ foi alertado da invasão após a divulgação dos documentos, no início de de janeiro, dias antes da insurreição nas sedes dos Três Poderes, em Brasília.
A ordem de prisão a Moraes foi utilizada para questionar a integridade do processo eleitoral conduzido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), presidido pelo ministro.
Segundo a corporação, após instigar o hacker para acessar o sistema do CNJ, a deputada divulgou os documentos a jornalistas para difundir suspeitas sobre a credibilidade do Judiciário.
Zambelli nega sua participação, afirmando que seu relacionamento com Delgatti se resumia à contratação de seus serviços em 2022 para gerenciar seu site e redes sociais.
Entretanto, Delgatti relatou que Zambelli foi quem elaborou o texto da falsa ordem de prisão, que começava chamando Moraes de “Deus do Olimpo” e terminava com o slogan da campanha do ex-presidente Lula, “Faz o L”.
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