Secretário de segurança de SP nega abusos policiais durante Operação Escudo
Buscando informações sobre a Operação Escudo em São Paulo? O secretário de Segurança garante ausência de abusos policiais na operação e discute o uso de câmeras corporais.
O atual secretário de Segurança Pública do estado de São Paulo, Paulo Derrite, negou na terça-feira (5) que tenha havido abusos cometidos por policiais durante a Operação Escudo. As declarações foram feitas durante uma audiência da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), em resposta a questionamentos do deputado Eduardo Suplicy (PT).
Polícias não receberam denúncias de abusos, afirma secretário
Derrite assegurou que nenhum órgão correcional da Polícia Militar (PM) ou Civil recebeu qualquer denúncia ou relato oficial sobre tais abusos. “Caso isso ocorra, com total transparência e absoluta certeza, isso será investigado”, garantiu.
O secretário destacou que enquanto houver apenas relatos informais ou denúncias anônimas, a instituição não poderá instaurar procedimentos correcionais. “Para nós, enquanto são relatos, que são, claro, publicizados pela imprensa, mas que são falados por parte dos moradores, nós não podemos, por meio de um relato informal, instaurar procedimento, sendo que os dois órgãos correcionais da PM e Polícia Civil não receberam nenhum tipo de denúncia”, explicou.
Presença de PMs em enterros de vítimas é questionada
Também foram apresentadas denúncias sobre policiais militares comparecendo a enterros de pessoas mortas em ações das forças de segurança. Um video enviado à GloboNews mostra policiais militares em um cemitério em Santos, no litoral paulista, durante o enterro de um dos mortos na Operação Verão no dia 15 de fevereiro.
Diante dessas acusações, o secretário garantiu desconhecer tais práticas. “Volto a dizer que se algum relato formal for feito, vamos tomar providências”, afirmou.
Uso de câmeras corporais geram discussões
O uso de câmeras corporais também foi pauta da audiência, após um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontar uma redução de 57% na letalidade policial com o uso do equipamento. No entanto, Derrite afirmou que tais equipamentos “inibem” a atuação dos agentes.
“Mantivemos o programa das câmeras corporais. O que nós fizemos, e foi muito inovador, colocamos tornozeleira no criminoso. Foram 200 vindas da SAP e mais 800 contratadas por nós, e o governador vai divulgar mais mil. São tecnologias distintas, mas que trouxeram redução de homicídios”, argumentou.
Os questionamentos seguiram com dados apresentados sobre 316 mortes por intervenção policial ocorridas em 2023, dados estes citados no estudo apresentado. Após tais exposições, Derrite salientou que os policiais não mataram, mas sobreviveram a confrontos. “Eu acredito nos meus policiais, confio na atuação legítima do policial que usa do último recurso que ele tem, a arma de fogo. O maior interessado que nenhum confronto aconteça sou eu”, finalizou.
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