Viúva de Navalny exorta oposição a protestar durante as eleições
“Perto de você, provavelmente há muitas pessoas que são contra Putin e contra a guerra. E se viermos ao mesmo tempo, a nossa voz contra Putin ressoará muito mais alto”, disse Yulia Navalnaïa
Yulia Navalnaïa, viúva de Alexeï Navalny, apelou aos russos, nessa quarta-feira, 6 de março, para que demonstrem a sua oposição a Vladimir Putin durante as eleições presidenciais de 17 de março de 2024, na qual o atual líder do Kremlin será reeleito, uma vez que não há verdadeiros candidatos da oposição.
“Você pode votar em qualquer candidato, exceto Putin, pode estragar sua votação, pode escrever “Navalny” em letras grandes”, exortou a exilada viúva do opositor Alexeï Navalny, cujo funeral na semana passada em Moscou contou com a presença de milhares de pessoas.
“Temos que ir à assembleia de votação no mesmo dia e à mesma hora, 17 de março, ao meio-dia”, acrescentou ela num vídeo, chamando a eleição presidencial de “farsa de máscaras”. “Podemos vir e ver que somos numerosos e fortes” contra “a guerra, a corrupção e a ilegalidade”, argumentou.
O seu marido, Alexei Navalny, lançou esta ideia no início de fevereiro, dizendo da sua prisão que “esta poderia ser uma demonstração poderosa do estado de espírito do país”. Segundo Yulia Navalnaïa, “é uma ação muito simples e segura. Não pode ser banido” pelas autoridades, disse ela.
As manifestações clássicas contra o poder são severamente reprimidas na Rússia.
“Perto de você, provavelmente há muitas pessoas que são contra Putin e contra a guerra. E se viermos ao mesmo tempo, a nossa voz contra Putin ressoará muito mais alto”, disse ela.
Por seu lado, o Kremlin garante que os russos estão em grande parte “unidos” em torno de Vladimir Putin, que deverá ser reeleito sem oposição durante a votação marcada para 15 a 17 de março.
Yulia Navalnaïa aproveitou também para agradecer aos milhares de simpatizantes que prestaram homenagem ao seu marido durante o funeral organizado no sudeste de Moscou, durante o fim de semana.
“Estas imagens estão impregnadas não só de tristeza, mas também de esperança”, assegurou, saudando as pessoas “mais corajosas, mais honestas” do país. “Somos muitos e enquanto estivermos juntos, nada acaba”, acrescentou ela.
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