O mercado está atento à fala do presidente do FED (Federal Reserve), Jerome Powell, ao meio-dia (horário de Brasília) nesta quarta-feira, 6. Powell apresentará o relatório semestral de política monetária na Câmara, e a expectativa é se ele pode trazer alguma novidade no discurso que mude o entendimento de que os juros só começarão a cair nos Estados Unidos no final do primeiro semestre.

Na agenda econômica internacional, ainda uma série de dados ao longo do dia podem mexer com as expectativas. Às 10h15, será divulgado o relatório ADP sobre emprego no setor privado e, às 16h, será divulgado o Livro Bege, relatório que contém informações sobre a economia americana.

No cenário doméstico, os investidores também estão atentos aos indicadores econômicos. A produção industrial de janeiro, que será divulgada às 9h, tem previsão de queda e pode animar as apostas em relação à taxa básica de juros (Selic).

Na noite passada, o diretor do Banco Central, Galípolo, mostrou o que pode ser o início de um pequeno dissenso no Copom (Comitê de Política Monetária) e afirmou que o colegiado ainda tem dúvidas sobre a pressão inflacionária causada pelos salários no setor de serviços. No fim de semana, em entrevista à Folha, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, mostrou preocupação com o crescimento dos salários.

Em relação à taxa Selic, Galípolo afirmou que faltam informações para determinar qual será a taxa terminal e ressaltou que os indicadores econômicos são mais importantes do que as orientações futuras do Copom.

Outro destaque do dia é o recuo do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na proposta de acabar com o Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos). Após encontro com líderes partidário na tarde de terça-feira, 5, o ministro afirmou que a equipe econômica aceita voltar atrás na ideia de acabar com o programa e enviará uma versão mais restrita ao Congresso na próxima semana.

Apesar disso, a Fazenda defende a manutenção da MP que acaba com o Perse para contabilizar o aumento de receita previsto com o fim do programa no relatório bimestral de avaliação do Orçamento e evitar um contingenciamento maior.

Além disso, ao longo do dia serão divulgados outros indicadores importantes, como a produção industrial medida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que deve apresentar uma queda de 1,6% em fevereiro.

No fechamento do mercado, serão divulgados os resultados financeiros de empresas como CSN, CSN Mineração, 3R Petroleum, Dexco, SLC Agrícola e Taesa.