Irã enfrenta eleições parlamentares em meio a crescente frustração
Explore as tensões no Irã com eleições parlamentares em meio a crises econômicas e políticas.
Na sexta-feira, o povo do Irã vai às urnas para eleger um novo parlamento em um momento que é visto como um teste para a legitimidade do governo. Com o povo enfrentando crescentes frustrações devido a problemas econômicos e restrições às liberdades políticas e sociais, a eleição é primordial para o governo.
Ayatollah Ali Khamenei e a importância do voto
O líder supremo Ayatollah Ali Khamenei, que descreveu o voto como um dever religioso, foi a primeira pessoa a votar no Irã. Ele exortou o povo iraniano a votar o mais rápido possível, declarando que tanto os amigos quanto os adversários do Irã estão interessados nos resultados das eleições. “Faça os amigos felizes e decepcione os inimigos”, aconselhou Khamenei.
Turbulências políticas recentes no Irã
Esta eleição é a primeira medida formal da opinião pública desde que os protestos antigovernamentais em 2022-23 se transformaram em algumas das piores turbulências políticas desde a Revolução Islâmica de 1979. Para reparar sua legitimidade, danificada após a agitação, os governantes do Irã precisam de uma alta participação. No entanto, as pesquisas oficiais sugerem que apenas cerca de 41% dos iranianos irão votar, uma queda em relação à participação de 62% registrada nas eleições parlamentares de 2016.
Eleições 2023: o que está em jogo?
O Ministério do Interior iraniano informou que mais de 15 mil candidatos estão disputando os 290 assentos do parlamento. Com os moderados e conservadores excluídos da corrida e os reformistas classificando-a como “eleições injustas e não livres”, a disputa é entre radicais e conservadores que proclamam lealdade aos ideais revolucionários islâmicos. Os resultados parciais das eleições devem aparecer no sábado.
Protestos eleitorais nas redes sociais
Ativistas iranianos e grupos de oposição estão usando as hashtags do Twitter #VOTENoVote e #ElectionCircus para argumentar que uma alta participação eleitoral só irá legitimar a República Islâmica. “Decidi não votar, pois isso só reforçaria o domínio da República Islâmica”, disse o estudante universitário Mehran, de 22 anos, na cidade central de Isfahan.
A situação atual e futura do Irã
Além dos desafios políticos, o Irã também está enfrentando dificuldades econômicas, e muitos analistas dizem que cada vez mais iranianos não acreditam que os líderes clericais do país sejam capazes de resolver a crise causada por uma combinação de sanções dos EUA, má administração e corrupção. A eleição ocorre em um momento de alta tensão no Oriente Médio, com o conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas, apoiado pelo Irã, em Gaza, e grupos apoiados pelo Irã atacando alvos israelenses e norte-americanos no Líbano e no Mar Vermelho.
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