Hitler ficou conhecido pelo quê, Lula? Hitler ficou conhecido pelo quê, Lula?
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Hitler ficou conhecido pelo quê, Lula?

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Redação O Antagonista
5 minutos de leitura 27.02.2024 16:10 comentários
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Hitler ficou conhecido pelo quê, Lula?

Desta vez, ao tentar se defender das críticas, petista afirmou que não mencionou a palavra "Holocausto" ao atacar Israel por ação em Gaza

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Hitler ficou conhecido pelo quê, Lula?
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Lula segue buscando maneiras de tentar justificar a sua comparação entre a situação na Faixa de Gaza e o Holocausto. Desta vez, ele afirmou que a declaração, que teve menção explícita a Adolf Hitler, não se referia ao genocídio do povo judeu na Europa durante a Segunda Guerra.

A nova jogada de Lula foi fita em uma entrevista concedida à Rede TV, que vai ao ar na íntegra às 22h desta terça-feira, 27 de fevereiro.

Segundo a Folha de S. Paulo, o petista afirmou à emissora de televisão em um momento do programa que “não disse a palavra holocausto”.

“Holocausto foi interpretação do primeiro-ministro de Israel. Não foi minha”, acrescentou Lula em sua resposta na entrevista à Rede TV.

Palavras

De fato, o petista não usou a palavra “Holocausto” na comparação a Gaza, feita em conversa à imprensa durante viagem à Etiópia, em 18 de fevereiro.

Entretanto, ele falou sobre “quando Hitler resolveu matar os judeus“.

“Sabe, o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino, não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse o petista na ocasião.

O fato histórico de “quando Hitler resolveu matar os judeus” é conhecido como Holocausto, palavra de origem grega relacionada a ritual de sacrifício.

O genocídio também é conhecido pelo termo Shoah, que, em hebreu, significa “calamidade”.

Há três possíveis explicações para Lula achar que pode distinguir a expressão “quando Hitler resolveu matar os judeus” do termo Holocausto.

Ou, Lula não sabe História ou comete desonestidade intelectual, ou os dois.

Eco ao Hamas

Lula voltou a ecoar a narrativa do Hamas e, assim, acusar Israel de cometer genocídio na sexta-feira, 23 de fevereiro, seis dias após comparar a situação na Faixa de Gaza ao Holocausto e iniciar uma crise diplomática com Tel Aviv.

“O que está acontecendo em Israel é um genocídio“, disse Lula em evento da Petrobras nesta sexta.

“São milhares de crianças mortas, milhares desaparecidas e não estavam morrendo soldados, está morrendo mulheres e crianças dentro do hospital. Se isso não é genocídio, eu não sei o que é genocídio“, acrescentou sem apresentar nenhuma evidência das alegações.

Leia também: Porta-voz das FDI lista fatos que desmentem Lula

No domingo, 18, Lula comparou as operações militares de Israel na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus promovido por Adolf Hitler.

“Sabe, o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino, não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse o petista durante entrevista a jornalistas no hotel em que está hospedado em Adis Abeba, capital da Etiópia.

90% contra

Segundo levantamento do instituto Quaest divulgado na segunda-feira, 19, mais de 90% das menções às declarações nas redes sociais foram negativas.

Lula foi classificado como “persona non grata” por Israel e houve repreensões duras até por parte de Yair Lapid, líder da oposição a Benjamin Netanyahu, que classificou as palavras do presidente brasileiro como “vergonhosas” e indicativas de “ignorância e antissemitismo”.

Em análise publicada em O Antagonista, Felipe Moura Brasil discorre sobre as implicações das comparações feitas por Lula, em que o presidente equipara as ações militares de Israel ao genocídio perpetrado por Hitler durante a Segunda Guerra Mundial.

Esta equivalência, rapidamente desmentida pelo próprio Lula em uma subsequente entrevista, não só banaliza o Holocausto mas também ilustra uma desconexão preocupante com a realidade dos fatos e com a sensibilidade histórica requerida ao tratar de tais temas.

Além disso, ao ser questionado sobre assuntos sensíveis envolvendo a Rússia de Putin e a Venezuela de Maduro, Lula demonstrou uma cautela contrastante, enfatizando a necessidade de investigações antes de emitir julgamentos.

Reiteração por pedido de desculpas

Nesta terça, 20, o ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, reiterou a espera por uma retratação de Lula pela comparação da situação em Gaza ao Holocausto.

“Milhões de judeus em todo o mundo estão à espera de seu pedido de desculpas. Como ousa comparar Israel a Hitler? É necessário lembrar ao senhor o que Hitler fez?”, publicou Katz.

“Que vergonha. Sua comparação é promíscua, delirante. Vergonha para o Brasil e um cuspe no rosto dos judeus brasileiros. Ainda não é tarde para aprender História e pedir desculpas. Até então – continuará sendo persona non grata em Israel!”, acrescentou.

Lula não é bem-vindo em Israel

Em visita ao memorial do Holocausto, onde se reuniu com o embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, Israel Katz começou suas críticas a Lula ainda na segunda, 19, afirmando que o presidente Lula não é bem-vindo em Israel.

“Não esqueceremos nem perdoaremos. É um ataque antissemita grave. Em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel – digam ao presidente Lula que ele é persona non grata em Israel até que o retire”, afirmou.

Filho de sobreviventes do Holocausto, Israel Katz disse ao embaixador brasileiro que o levou ao memorial porque o local testemunha “mais do que qualquer outra coisa, o que os nazistas e Hitler fizeram aos judeus”, incluindo aos membros da sua família.

“A comparação entre a guerra justa de Israel contra o Hamas e as atrocidades de Hitler e dos nazis é uma vergonha”, acrescentou.

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