China sobe em ranking de países mais caros para se criar filhos
Em relatório divulgado, a China aparece como um dos países mais caros do mundo para se criar filhos.
Um novo estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Populacional YuWa na última quarta-feira (21) traz números impressionantes sobre o custo de criar um filho na China. Segundo o relatório, a média nacional é de aproximadamente US$ 74.800 (R$ 368.846,28) desde o nascimento até os 17 anos. Adicionalmente, ao considerar a obtenção do diploma de bacharel, o valor aumenta para mais de US$ 94.500 (R$ 465.988,95).
Um dos países mais caros para se ter um filho
O custo para criar um filho na China, de acordo com o relatório YuWa, chega a ser 6,3 vezes maior que o Produto Interno Bruto (PIB) per capita do país. Tal proporção é superada apenas pela Coreia do Sul, país com a menor taxa de natalidade do mundo, onde o custo de educar uma criança é de 7,79 vezes o PIB per capita.
Crise demográfica na China
Os últimos anos registraram queda no crescimento populacional da China, atingindo em 2023 a menor taxa de natalidade desde a fundação da China comunista, em 1949. Nesse mesmo ano, a Índia ultrapassou a China como país mais populoso do mundo. Essa crise demográfica representa ameaças significativas para a segunda maior economia global.
A dificuldade das mulheres em equilibrar carreira e maternidade
O relatório também trouxe dados sobre a encruzilhada que as mulheres chinesas enfrentam ao tentar equilibrar carreira e maternidade. A licença maternidade, por exemplo, pode levar a mudanças de equipe, cortes salariais ou perda de oportunidades de promoção. Além disso, o regresso ao mercado de trabalho após um período afastada cuidando dos filhos tende a ser bastante desafiador, podendo resultar numa queda salarial de 12% a 17%, afirma a publicação do YuWa.
Mudanças no perfil das mulheres chinesas
Com mulheres cada vez mais instruídas e economicamente independentes, a tendência é que priorizem suas carreiras e o autodesenvolvimento em detrimento de marcos tradicionais, como o casamento e o parto. O relatório pontua que, muitas vezes, as mulheres chinesas têm que desistir de ter filhos em troca da oportunidade de sucesso nas suas carreiras.
Repercussões econômicas
A economia chinesa cresceu 5,2% em 2023, ligeiramente acima da meta oficial estabelecida por Pequim. No entanto, o país enfrenta desafios, incluindo uma crise imobiliária sem precedentes, aumento do desemprego entre os jovens e crescentes incumprimentos empresariais. O relatório do YuWa alerta que a queda da taxa de natalidade pode ter um impacto profundo no crescimento econômico, na felicidade geral da população e na posição global do país.
Soluções propostas pelo relatório
O relatório também fez recomendações para minimizar o impacto da crise populacional, entre elas a implementação de políticas nacionais que reduzam o custo de ter filhos, como a concessão de subsídios monetários, fiscais e de habitação, igualdade de licenças maternidade e paternidade, proteção dos direitos reprodutivos das mulheres solteiras e reforma educativa.
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