Boulos resolveu disputar a prefeitura de Tel Aviv
Depois de se esquivar, pré-candidato de Lula para a Prefeitura de São Paulo decidiu se pronunciar sobre a crise diplomática com Israel criada pelo petista
O pré-candidato do PSOL à prefeitura de São Paulo, o deputado federal Guilherme Boulos (à esquerda na foto), decidiu se pronunciar sobre a crise diplomática entre Lula e Israel, iniciada por declaração do petista comparando a situação em Gaza ao Holocausto.
“Minha posição é absolutamente clara: de condenação do massacre que está sendo feito, conduzido pelo governo de extrema direita do Benjamin Netanyahu, na Faixa de Gaza”, disse Boulos em seu agenda de pré-campanha com Marta Suplicy (PT, à direita na foto) nesta quinta-feira, 22 de fevereiro.
“E de condenação dessa seletividade moral, que é desumana. Que é gente que agora sai condenando e atacando o Lula pela declaração que deu, inclusive o prefeito de São Paulo, e que eu não vi dizer um pio quando caiu bomba sobre escola e hospital na Faixa de Gaza. Francamente, Benjamin Netanyahu e seu chanceler não têm nenhuma autoridade moral pra apontar o dedo pro Brasil”, acrescentou.
Prefeitura
Boulos havia inventado uma desculpa em tom de deboche para fugir de responder uma pergunta sobre o tema ainda na segunda-feira, 19.
“Eu não sou comentarista das falas do presidente da República. Ele teve 60 milhões de votos para estar onde ele está”, afirmou Boulos, que é o candidato de Lula em São Paulo, em entrevista à rádio Bandnews na segunda-feira, 19.
“Não sou candidato a prefeito de Tel Aviv. Eu sou candidato a prefeito de São Paulo”, acrescentou.
Como mostrou O Antagonista, Boulos havia sido aconselhado por aliados a não se manifestar sobre as falas de Lula. Embora tivesse a intenção de endossar as declarações do petista, ele foi convencido a não falar sobre o episódio.
O receio do comitê de campanha de Boulos é que essa atitude seja explorada pelos seus principais adversários, principalmente o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).
Lula volta a atacar Israel
No domingo, 18, o presidente Lula comparou as operações militares de Israel na Faixa de Gaza ao extermínio de judeus promovido por Adolf Hitler.
“Sabe, o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino, não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”, disse Lula durante entrevista a jornalistas no hotel em que está hospedado em Adis Abeba, capital da Etiópia.
Lula, persona non grata em Israel
O ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz, afirmou nesta segunda-feira, 19, que o presidente Lula não é bem-vindo em Israel.
“Não esqueceremos nem perdoaremos. É um ataque antissemita grave. Em meu nome e em nome dos cidadãos de Israel – digam ao presidente Lula que ele é persona non grata em Israel até que o retire”, afirmou o ministro israelense em visita ao memorial do Holocausto, onde se reuniu com o embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer.
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