ERS-2: O satélite de 2 toneladas que retornou à Terra
Descubra a jornada do satélite ERS-2, que após 30 anos fornecendo dados críticos sobre nosso planeta, retornou à Terra de forma incontrolada.
Lançado no espaço há aproximadamente 30 anos, o satélite ERS-2 de duas toneladas da Agência Espacial Europeia (ESA) retornou à Terra na quarta-feira, dia 21. O objeto caiu no oceano Pacífico, situado entre o Alasca e o Havaí, nos Estados Unidos.
Segundo a ESA, a reentrada do instrumento ocorreu de maneira natural. “Não foi possível controlar o ERS-2 em nenhum momento durante sua reentrada, e a única força que impulsionou sua descida foi o arrasto atmosférico imprevisível”, informou a agência em comunicado.
Decisão de desorbitar o ERS-2
Devido a recentes preocupações sobre o perigo a longo prazo que os detritos orbitais representam para as atividades espaciais, a agência decidiu desorbitar o ERS-2. A decisão foi tomada em 2011. Desde então, a altitude do satélite vinha diminuindo até que, em 21 de fevereiro de 2024, atingiu a altitude crítica de cerca de 80 km. A resistência atmosférica tornou-se tão forte, que o objeto começou se partir em pedaços.
A contribuição do ERS-2 para a ciência
O ERS-2 forneceu dados a longo prazo sobre as superfícies da Terra, dentre eles as temperaturas dos oceanos, a camada de ozono e a extensão do gelo polar. Tais informações “revolucionaram nossa compreensão do sistema terrestre”, segundo a ESA.
“Ele nos forneceu novos conhecimentos sobre nosso planeta, a química de nossa atmosfera, o comportamento dos nossos oceanos e os efeitos da atividade da humanidade no nosso ambiente.”, destacou a diretora dos Programas de Observação da Terra da ESA, Simonetta Cheli.
Ainda de acordo com a agência, o ERS-2 e seu antecessor, o ERS-1, foram os satélites mais sofisticados já desenvolvidos e lançados pela Europa. Os dados do patrimônio ERS ainda são amplamente utilizados hoje, principalmente em combinação com dados de missões mais recentes.
Para onde vão os satélites após o término de suas missões?
Estima-se que existem cerca de 3.000 satélites ativos orbitando a Terra e mais de 26.000 peças de lixo espacial, incluindo satélites desativados e fragmentos de veículos lançadores. São objetos que, com o passar do tempo, podem representar uma ameaça à segurança dos veículos espaciais e dos astronautas.
Por isso, as agências espaciais têm planos para descartar de forma segura esses objetos quando não estão mais em uso. Algumas estratégias discutidas até o momento incluem mergulhar o satélite na atmosfera da Terra para queimar, colocá-lo em uma “órbita cemitério” longe da Terra ou recolhê-lo e retorná-lo à Terra para reutilização ou descarte seguro.
Enquanto regulamentações internacionais e inovações tecnológicas estão em progresso para lidar com a questão do lixo espacial, o exemplo do ERS-2 ressalta a importância de planejar o fim da vida desses objetos ainda durante a fase de projeto e lançamento.
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