Omar Aziz não disse nada de mais
Reação dos apoiadores de Lula ao discurso repetitivo do senador, que reconheceu que o petista está errado, foi bem mais eloquente do que o próprio Aziz
O senador Omar Aziz (PSD-AM, foto) virou uma estrela entre os lulistas na noite de terça-feira, 20, por ter confrontado o pedido de retração feito pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a Lula pela alusão ao Holocausto em mais um ataque a Israel. A reação dos apoiadores de Lula ao discurso do parlamentar foi bem mais eloquente do que o próprio Aziz.
O senador não disse nada de mais. Apenas reproduziu o confuso discurso hostil a Israel, repetido à exaustão desde a reação israelense aos atentados do Hamas em 7 de outubro de 2023. Aziz convenientemente ignorou a covardia dos terroristas de se esconder atrás de civis e reproduziu os números de mortos anunciados pelo próprio Hamas, cuja estratégia é exatamente confundir combatentes com inocentes.
O pior é que Aziz reconheceu que Lula está errado por ter feito a comparação com o Holocausto — a exata razão da reprimenda de Pacheco, que, assim como o governo israelense, se limitou a criticar esse trecho do discurso de Lula. Ou seja, o resto da manifestação do senador foi uma jogada para a torcida, que só bateu tantas palmas porque não tem mais o que fazer diante da goleada moral que Lula sofre desde o fim de semana.
Sobrou para Navalny
Restou para o senador governista desfilar ataques aos opositores que agora acossam Lula, cujo passado não permitiria julgar o petista. Aziz disse até que Alexei Navaly, o opositor de Putin morto na prisão (um incidente que não sensibilizou Lula), “andava com a suástica nazista” — uma informação não confirmada e com cara de propaganda do Kremlin.
Coube ao senador Carlos Viana (Podemos-MG) rebater Aziz de forma contundente. “Eu vi cenas de terroristas jogando bola com cabeça de judeus”, discursou o parlamentar a relatar sua visita a Israel, acrescentando que Lula “fez um discurso totalmente fora da realidade” ao criticar a reação israelense.
Hamas
“Não há proporcionalidade em guerra quando nós falamos em mulheres estupradas”, disse Viana. “O Brasil está se aliando ao que há de pior no mundo, que usa a religião para justificar esses atos”, emendou, fazendo um convite para os colega irem a Israel para entenderem o que está acontecendo.
“No dia em que o Hamas for eliminado, os palestinos, sim, terão uma pátria e poderão ter um Estado”, resumiu o senador.
Repetir à exaustão nas redes sociais e em abaixo-assinados que “Lula tem razão” não vai mudar isso.
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