“As inquisições contra as mulheres continuam, embora travestidas de outras formas”
A pastora luterana Luzmarina Campos Garcia fez uma leitura da Bíblia à luz do referencial teórico dos estudos de gênero, ao se posicionar a favor da descriminalização do aborto até a 12ª semana de gravidez na audiência pública realizada hoje no STF sobre o tema, registra a Folha. “As inquisições contra as mulheres continuam, embora travestidas de outras formas”, disse ela, sustentando que religiões são...
A pastora luterana Luzmarina Campos Garcia fez uma leitura da Bíblia à luz do referencial teórico dos estudos de gênero, ao se posicionar a favor da descriminalização do aborto até a 12ª semana de gravidez na audiência pública realizada hoje no STF sobre o tema, registra a Folha.
“As inquisições contra as mulheres continuam, embora travestidas de outras formas”, disse ela, sustentando que religiões são construções históricas sob predomínio, até hoje, do patriarcado eclesiástico. “O único com poder de julgar é Deus, e Deus é amor incondicional. A capacidade de gerar uma vida nova é muito mais do que cumprir uma lei da natureza, da sociedade ou da religião. Precisa ser uma decisão refletida de homens e mulheres que possuem a capacidade de escolher ter filhos e filhas amadas e desejadas”, afirmou.
“O aborto não é uma escolha leviana de mulheres que decidiram não ser esse o tempo certo para gerar uma nova vida. É uma decisão difícil, desesperada muitas vezes. Não cabe a nós como sociedade, como Estado ou como gente de fé amontoar aflição sobre aflição, culpa sobre culpa, medo sobre medo, ao ameaçar com a prisão e com a categorização de assassina alguém que está em profunda situação de vulnerabilidade.”
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