Ursula Von der Leyen: mais armas, menos conversa sobre clima
Quando Ursula von der Leyen anunciou a sua candidatura a outro mandato como presidente da Comissão Europeia, a mensagem foi clara: é preciso tornar a Europa mais forte, defender a Ucrânia e o mundo livre
Quando Ursula von der Leyen anunciou, na segunda-feira, 20 de fevereiro, a sua candidatura a outro mandato como presidente da Comissão Europeia, a mensagem foi clara: é preciso tornar a Europa mais forte, defender a Ucrânia e o mundo livre.
A mensagem reflete o clima geopolítico caótico no qual a Europa defronta-se com a beligerância de Putin, a estagnação do apoio dos EUA à Ucrânia e a verborragia de Donald Trump ameaçando abandonar os aliados da OTAN caso seja eleito.
Além disso, a Europa enfrentou a grande greve dos agricultores, que expuseram sua raiva em relação às políticas climáticas impostas pela União Europeia
Na frente militar, Von der Leyen quer um novo comissário de defesa da UE unindo forças nas suas despesas de defesa. Na frente climática, ela oferece concessões regulatórias e promete diálogo com as empresas.
O objetivo é garantir o apoio do seu próprio partido de centro-direita, União Democrata Cristã e do próximo Parlamento Europeu, que deverá fazer uma guinada acentuada à direita.
O Acordo Verde e a transformação da Europa para uma era digital são temas que ela defendeu no seu primeiro mandato e que tentará defender como seu próprio legado. Porém, “O mundo hoje é completamente diferente de 2019”, disse von der Leyen em Berlim.
Os legisladores atuais do Parlamento Europeu foram eleitos no auge das marchas de jovens inspiradas em Greta Thunberg, que catapultaram as alterações climáticas para a corrente política dominante e impulsionaram os partidos verdes em todo o continente. Agora, ao contrário, os partidos verdes caíram nas pesquisas e os europeus estão mais preocupados com a instabilidade econômica e geopolítica, a imigração, o aumento do custo de vida e a guerra na Ucrânia do que com as alterações climáticas.
Na conferência de imprensa na qual lançou sua candidatura a reeleição da presidência da Comissão Europeia, von der Leyen mal mencionou o clima. Em vez disso, enfatizou temas como competitividade, migração e defesa.
Von der Leyen caminhar numa linha tênue: foge da extrema esquerda, apela à direita conservadora e reage à extrema direita. Na conferência de imprensa de segunda-feira ela implorou diretamente aos eleitores: “Fortaleçam o centro”.
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