EUA volta a realocar armas nucleares em bases militares
A base da Força Aérea dos EUA em Suffolk, RAF Lakenheath, pode voltar a armazenar armas nucleares. Descubra os motivos por trás dessa movimentação e suas possíveis implicações para suas futuras missões e tensões globais.
Foi divulgado que a base da Força Aérea dos Estados Unidos em Suffolk, Inglaterra, o RAF Lakenheath, poderá armazenar novamente armas nucleares após 15 anos sem tê-las. Especialistas sugerem que ela estaria sendo preparada para receber bombas com um poder explosivo muitas vezes maior que a bomba atômica lançada em Hiroshima, no fim da Segunda Guerra Mundial.
O retorno das armas nucleares
Atualmente, a base abriga a 48ª Ala de Caça, também conhecida como Ala da Liberdade, onde estão estacionadas aeronaves F-35A Lightning II de última geração da Força Aérea dos Estados Unidos (USAF). Esses aviões foram testados em vôo para transportar a bomba termonuclear B61-12, uma arma tática de curto alcance projetada para o campo de batalha.
Segundo documentos do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, a base foi premiada com um contrato para construção de abrigos defensivos para a “próxima missão nuclear” de RAF Lakenheath. Milhões de dólares também foram destinados para a construção de uma instalação conhecida como “dormitório de garantia”, sugerindo um espaço para o armazenamento de armas nucleares.
Por que agora?
Sir Lawrence Freedman, professor emérito de estudos de guerra do King’s College de Londres, considera que os planos podem ser uma ação preventiva, em razão da tensão crescente com a Rússia.
William Alberque, ex-alto funcionário da OTAN, tem uma perspectiva diferente e considera a movimentação uma resposta ao cenário de ameaça crescente em toda a Europa devido às ações russas, incluindo o estabelecimento de forças nucleares na Bielorrússia, a invasão da Ucrânia e as ameaças constantes de uso de armas nucleares por Vladimir Putin.
Consequências para a base
De acordo com Hans Kristensen, da Federação de Cientistas Americanos, a chegada de armas nucleares tornará RAF Lakenheath um alvo mais provável em um conflito nuclear com a Rússia. Além disso, segundo William Alberque, é “muito provável” que a base já seja considerada um alvo russo.
O que vem a seguir?
A Campanha pelo Desarmamento Nuclear (CND) já protestou contra a presença de armas nucleares na base. A CND tem instruído o escritório de advocacia Leigh Day a investigar se a construção do “dormitório de garantia” é legal.
O advogado Ricardo Gama afirmou: “O Ministério da Defesa do Reino Unido diz que o desenvolvimento de Lakenheath não levará a efeitos ambientais significativos, mas nosso cliente argumenta que eles ignoraram os possíveis efeitos ambientais do estacionamento de armas nucleares na base aérea, incluindo o potencial para acidentes nucleares”.
Porém, até o momento, tanto o Reino Unido quanto a OTAN mantêm sua política de longa data de não confirmar nem negar a presença de armas nucleares em um local determinado.
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