Na manhã de sábado, em Moscou, a memória de Alexei Navalny, o mais proeminente líder da oposição russa, foi honrada através da oferenda de centenas de flores e velas. Infelizmente, todos os tributos foram removidos durante a noite em sacos pretos. Segundo informações da agência penitenciária da Rússia, Navalny, aos 47 anos, desmaiou e morreu após um passeio na penitenciária “Polar Wolf”, situada no Ártico.

A confirmação da morte de Navalny

A porta-voz de Navalny, Kira Yarmysh, no sábado confirmou oficialmente a morte do líder da oposição, mediante um aviso oficial transmitido à sua mãe, Lyudmila. No centro de Moscou, na manhã de sábado, restavam algumas dúzias de rosas e cravos na neve derretida, no monumento às vítimas da repressão soviética. Este monumento está localizado à sombra do antigo quartel general da KGB, na praça Lubyanka.

Reações ao falecimento de Alexei Navalny

O ocidente, incluindo o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, responsabilizou o Presidente Vladimir Putin pela morte de Navalny, embora não tenham apresentado provas. Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, afirmou que a reação dos líderes ocidentais à morte de Navalny foi inaceitável e “absolutamente infundada”. As autoridades russas consideram Navalny e seus apoiadores como extremistas com ligações à agência de inteligência CIA, que procuram desestabilizar a Rússia.

Situação atual da oposição Russa

Com sua morte, a disparatada oposição russa perde o seu líder mais carismático e corajoso. Esta passa a ser a situação enquanto Putin se prepara para as eleições que poderão mantê-lo no poder até no mínimo 2030. O OVD-Info, um grupo de monitorização de protestos, declarou que mais de 110 pessoas foram presas em toda a Rússia, em reuniões e homenagens a Navalny, incluindo 64 em São Petersburgo, antiga capital imperial da Rússia.

A vida de Alexei Navalny

Alexei Navalny se destacou há mais de uma década por documentar e satirizar o que ele considerava ser a vasta corrupção e opulência dos “bandidos e ladrões” que governavam a Rússia sob a liderança de Putin. Já em seu país natal, a memória de Alexei Navalny permanece viva, na figura de um combatente da liberdade, com comparações frequentes a Nelson Mandela da África do Sul. Contudo, tal opinião é descartada por muitos como mero pensamento desejoso, apontando para pesquisas de opinião que mostram que a maioria dos russos desaprovava Navalny e que Putin era muito mais popular.

Ao mesmo tempo, a morte de Navalny traz uma grande perturbação na geopolítica mundial. As notícias do seu falecimento surgiram apenas algumas horas antes de a Ucrânia se retirar do sul da cidade de Avdiivka, abrindo caminho para o maior avanço da Rússia no país desde maio de 2023, aprofundando as tensões internacionais.

A Rússia após a morte de Navalny: lembranças e opiniões divergentes

Em Moscou, a vida segue apesar do ocorrido. Na “Patriki”, o centro da vida noturna de Moscou, muitos jovens russos celebraram a noite de sexta-feira, apesar das notícias da morte de Navalny. Não havia sinais de tristeza. “Claro que é triste quando alguém morre”, disse Olga Kazakova, uma russa, à Reuters no sábado. “Mas no Ocidente, vocês o pintam como alguém que ele não era. O Ocidente não é nosso amigo – vocês estão lutando contra nós na Ucrânia.”

Os impactos da morte de Navalny ainda reverberam, mas os legados do líder da oposição russa permanecem vivos. Seja na esperança de uma Rússia mais justa e menos corrupta ou no medo persistente de repressão, o nome de Navalny provavelmente continuará a ecoar em todo o país e além.